Lavoura da Bouça: As maçãs, o amor pelos carros e outras perdições
No Corgo, onde as conversas são como as maçãs — as ruínas de granito e os carros de colecção —, José e Aurora Junqueira vão construindo refúgios nos quatro pontos cardeais. Preservar é uma arte que aqui se pratica.
Em menos de dois dias — ou em pouco mais de dois minutos — percebemos que há muitas coisas de que José Junqueira gosta. Gosta de pessoas habilidosas e de quem dá valor às árvores. Gosta de um monte de portas velhas e de montinhos pequenos de telhas antigas. “Quando gosto de uma coisa, gosto de a comprar se acho que a vou usar mais tarde. Faço um puzzle.” Gosta de fazer puzzles e de descobrir pedras sobre pedras entre as silvas — e de as inaugurar com pompa e circunstância, com bombos e cavaquinhos. Gosta de maçãs e de tremoços. Gosta de preservar: moinhos e azenhas, carros e charretes, coisas com história e a história das coisas.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.