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Islândia: português capta a beleza e a fúria de um vulcão em erupção

O designer português Bruno Veiga, residente em Reiquejavique, captou imagens na mais recente erupção vulcânica do país, em Fagradalsfjall. Um cenário "indescritível" que compara com Mordor, de J.R.R. Tolkien. "O ambiente é surreal, muito estranho."

©Bruno Veiga
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Bruno Veiga chegou há pouco mais de dois meses à Islândia e, desde então, apesar do frio que se faz sentir tão a norte, o designer já fotografou glaciares, cascatas gigantes, auroras boreais, grandes tempestades. "Coisas fantásticas", resume ao P3, em entrevista telefónica, a partir de Reiquejavique. Porém, "a cereja no topo do bolo", aquela que Bruno define como "a experiência", foi poder ver e captar a beleza da mais recente erupção vulcânica em Fagradalsfjall, no sudoeste da Islândia. As imagens fotográficas inéditas que partilha com o P3, que foram realizadas no dia 23 de Março com recurso a um drone, descrevem um cenário que o português compara com Mordor, um território vulcânico imaginado por J.R.R. Tolkien​. 

"Junto do vulcão, o ambiente é surreal, muito estranho", descreve Bruno. "Parece tudo falso." Por esse motivo, sentiu que demorou algum tempo até, no local, sentir que a experiência era real. "Só quando comecei a sentir o calor na cara, o odor no ar, é que me caiu a ficha. Ver aquele caldeirão a cuspir, as paredes do vulcão a desabar e a lava a fluir é uma experiência indescritível. É algo que é difícil de explicar, que tem de ser vivido."  

Para chegar até ao local da erupção, Bruno percorreu de carro, na companhia de outros fotógrafos, entre os quais um português que conheceu através das redes sociais, os 45 quilómetros que separam a capital de Fagradalsfjall. Depois, fez mais quatro quilómetros a pé, por um trilho de montanha definido por uma equipa de voluntários islandeses. "No caminho, consegui contar todos os aparelhos que sobrevoavam o local: eram seis helicópteros, dez aviões e dez drones." Mais um, pelo menos, subiria aos céus para captar estas imagens. "Parte do drone do meu amigo derreteu por baixo. Mas sobreviveu." O de Bruno captou também imagens em vídeo, que podem ser vistas no seu canal de YouTube.

Se já alguns milhares de pessoas chegavam ao local a 23 de Março, hoje o cenário é totalmente diferente. "Já há autocarros de excursão a visitar o vulcão e esse, com a passagem do tempo, já adquiriu um aspecto diferente", explica o português, natural dos Açores. "Acho que é de salutar o facto de as autoridades islandesas não terem vedado o acesso. É um sítio perigoso e podiam ter simplesmente encerrado, mas optaram por controlar e a ajudar as pessoas. Noutro país, talvez fosse diferente."

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