7 dias, 7 fugas: entre amores e sabores, com tempo para poesia e banhos de bosque

Dos jardins de Coimbra aos passeios pela Rota Vicentina, com passagens pelos sabores de Montemor-o-Velho, Óbidos e Setúbal. Sugestões para uma semana cheia de poesia.

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Os Jardins da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, reabrem a visitas Fundação Inês de Castro
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Semana ID: da Rota Vicentina, com amor DR/Rota Vicentina
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António Melgão é um dos mestres convidados para as Tertúlias do Chocolate FILIPA FERNANDEZ
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Choco frito, um dos Saberes e Sabores de Setúbal DR
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José Mário Branco é uma das vozes celebradas no Dia Mundial da Poesia Manuel Roberto
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A Tarumba estreia online o documentário Descon’FIMFA Lx20 - Um Festival em Tempos de Pandemia A Tarumba
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Montemor-o-Velho serve o Festival do Arroz e da Lampreia DR

Sábado, 20: Um banho de bosque, entre amores e lágrimas

Em Coimbra, os dez românticos e seculares hectares da Quinta das Lágrimas reabrem-se aos visitantes para “proporcionar momentos de fruição e paz” depois do “longo e pesado período de confinamento”, refere o comunicado da Fundação Inês de Castro, que tutela o espaço. À espera dos amantes dos jardins estão “as cores, os cheiros e a beleza da natureza viva”, para desfrutar entre as 10h e as 19h. A reabertura de portas vem com um mimo: dia 20, às 10h, está agendada uma visita guiada pela arquitecta Cristina Castel-Branco aos jardins e à Mata Velha, “restaurada em 2020 para experimentar o Shinrin’yoku (banho de bosque) conhecido por reduzir o stress e a ansiedade” (reservas em T. 918108232 ou jardinsdaquintadaslagrimas@gmail.com). A entrada no jardim custa 2,50€ (1€ para menores de 15 e maiores de 65 anos); o bilhete familiar, 5€ (para dois adultos e duas crianças).

Domingo, 21: Poesia à solta

O Dia Mundial da Poesia motiva uma série de iniciativas um pouco por todo o país, que à conta do palco digital que têm em comum, extravasam geografias e fazem chegar a magia das palavras ao auditório global. É o caso de Oeiras, que dedica o dia à palavra “declamada, cantada, dançada e pensada”, numa maratona online a partir das páginas de Facebook da autarquia, da Oeiras27 e das bibliotecas municipais. Por lá passarão nomes como José Mário Branco, Maria Teresa Horta, José Mário Silva, Inês Pedrosa, Ana Luísa Amaral, Cláudia Semedo ou Pedro Rodrigues. Em Lisboa, a Fundação Mário Soares Maria Barroso faz a festa com A Voz Humana - Maria Barroso, um encontro com transmissão online, a partir das 17h30, com as vozes de Isabel Soares, Jorge Silva Melo, Manuel Alegre, Maria da Glória Garcia, Rui Vilar e Vasco Vieira de Almeida. São João da Madeira despede-se do Festival Poesia à Mesa, que junta poemas e refeições no mesmo saco, com a Matiné Poética da cantautora Mafalda Veiga. A sessão conta com os cúmplices José Fanha e Paulo Condessa e começa às 17h, no Facebook do festival.

Segunda, 22: Da Rota Vicentina, com amor

É o primeiro evento público da Associação Rota Vicentina e propõe-se a “pensar, visitar e celebrar o Sudoeste”. A Semana ID decorre entre 21 e 27 de Março, com os pés no online, como mandam as normas, mas de olhos postos num futuro desconfinado. Num programa de actividades que têm em comum o amor pela terra, pelo património e pelas gentes da região, que se estende de Santiago do Cacém a Lagos, há lugar a conversas, colóquios e formações sobre a sustentabilidade do território, e à antestreia do documentário A Costa das Cegonhas - Retrato Natural do Sudoeste. Sempre com a participação activa da comunidade, serão abordados temas como o cicloturismo, as memórias de trilhos e passeios pela Rota Vicentina, os percursos pedestres, os projectos artísticos, o perfil dos turistas nacionais, as plantas invasoras ou a recertificação do Caminho Histórico – classificado em 2016 como um dos “melhores destinos de caminhada na Europa”, com o selo Leading Quality Trails. Todas as actividades são gratuitas, mas algumas requerem inscrição prévia.

Terça, 23: Sei como Descon’FIMFAste no Verão passado

O ano de 2020 fez do FIMFA Lx - Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas um evento diferente. À 20.ª edição, trocou de nome para Descon'FIMFA, mudou-se para Agosto/Setembro e concentrou-se em espectáculos à medida dos constrangimentos da altura. O ano de 2021 ainda não está propício a festivais, mas já permite vislumbrar a próxima edição, que se prepara para ocupar Lisboa entre 4 e 23 de Maio. Para aguçar a curiosidade, A Tarumba, que o organiza, estreia online um documentário sobre o que aconteceu no Verão passado: Descon’FIMFA Lx20 - Um Festival em Tempos de Pandemia. Realizado por Tiago Inuit, dura cerca de 40 minutos e inclui testemunhos dos artistas que por lá passaram: Jomi Oligor e Shaday Larios (Oligor y Microscopía), André Murraças, Igor Gandra e Carla Veloso (Teatro de Ferro), Inês Barahona e Miguel Fragata (Formiga Atómica), Pedro Leal (PIA - Projectos de Intervenção Artística), Agnès Limbos e Gregory Houben (Cie Gare Centrale) e Luís Vieira e Rute Ribeiro (A Tarumba). O filme fica disponível aqui, sem pagar bilhete, entre 21 e 31 de Março. 

Quarta, 24: Lampreia e arroz ao domicílio

Gastronomia, receitas, património e uma Rota do Arroz Carolino são alguns dos ingredientes na ementa do Festival do Arroz e da Lampreia de Montemor-o-Velho, servido à moda do dia (em casa), entre 19 e 28 de Março. São nove os restaurantes que participam na 19.ª edição da iniciativa, todos com refeições em regime de take-away ou de entrega ao domicílio. A estes juntam-se outras entidades que dão a conhecer mais iguarias da região, como o mel, o azeite, as azeitonas ou a doçaria conventual. Na carta de tentações, a acompanhar a presença óbvia do arroz de lampreia, podemos encontrar o arroz de grelos, o arroz de pato, o arroz malandro ou, para adocicar a boca no remate da refeição, o cremoso arroz doce. Para levar o festival aos visitantes, “com o gosto e a dedicação de sempre”, serão partilhados conteúdos digitais no site do festival e nas redes sociais da autarquia (Facebook, Instagram e YouTube). Uma receita por dia e a compilação de um livro digital, a Rota do Arroz Carolino, uma exposição dedicada ao ciclo do arroz e conteúdos sobre a pesca da lampreia são algumas das formas encontradas para permanecer na memória (e no palato) dos comensais. 

Quinta, 25: Chocolate em tertúlia, da baga à etiqueta

Sabe como se cria o bombom mais caro do mundo? Daniel Gomes explica. Foi da sua Daniel’s Chocolate, em Leiria, que saiu a delícia em forma de diamante, com a etiqueta a indicar uns módicos 7.728 euros. Glorius, assim se chama a iguaria, foi confeccionada com ingredientes como chocolate negro equatorial, trufa branca, baunilha de Madagáscar ou flocos de ouro. Tudo dentro de uma caixa guarnecida com milhares de cristais Swarovski. O resto explica o chocolatier nesta quinta-feira, às 18h, quando abrir uma das sessões online que o Festival Internacional de Chocolate de Óbidos está a promover. O outro protagonista do dia é António Melgão, pasteleiro-mentor de um projecto de bean-to-bar (da fava à tablete) instalado na antiga estação de comboios de Montemor-o-Novo. Na sua intervenção, falará dessa experiência e do que pode significar pôr a laborar Uma fábrica de chocolate do século XXI. Esta é a segunda das cinco sessões das Tertúlias do Chocolate, uma forma de “partilhar “experiências, técnicas, pontos de vista e até inconfidências pessoais sobre este produto”, como forma de manter a reunião de chocoólicos de Óbidos (a maior do país) na memória e no palato dos frequentadores, num ano fechado a gulodices. As tertúlias realizam-se quinzenalmente, em directo no Facebook e no YouTube do festival, com entrada livre. Os próximos chefs chocolatiers a entrar em cena são Jorge Cardoso e Natália Pontes a 8 de Abril, Natália Marinho e Céu Carvalho no dia 22 e, a 6 de Maio, Francisco Siopa e Paulo Santos. 

Sexta, 26: De Setúbal, com Saberes e Sabores

De Setúbal chega uma sugestão apetrechada com os Saberes e Sabores que a região tem para oferecer. Este ano, a mostra migra para o meio digital, onde mais de 40 produtores marcam presença, investidos em dar a conhecer os seus queijos, vinhos, doces, compotas, mel, livros e artigos de artesanato, e em tirar partido de uma plataforma que acaba por permitir “estabelecer uma via de contacto e interacção directa com os consumidores”, frisa a nota da autarquia, “num período em que o tecido económico carece de estímulo para enfrentar os efeitos das medidas de combate à pandemia”. Esta ligação não se esgota no eixo encomenda-entrega: os visitantes da montra virtual podem contar, por exemplo, com workshops em vídeo que ensinam as artes de fazer azulejos decorativos, peças de olaria ou adornos de bijutaria. Esta edição especial da mostra dura sete dias – de 26 de Março a 1 de Abril – e está alojada aqui

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