Michelle Obama diz que a entrevista de Meghan é de “partir o coração”
A antiga primeira-dama dos Estados Unidos, país onde o casal Harry e Meghan reside há um ano, não ficou surpreendida pelas revelações da ex-actriz sobre racismo.
Para Michelle Obama, as recordações de Meghan sobre uma observação feita por um membro da família real britânica sobre a possível tonalidade da pele do seu filho são desoladoras. Meghan e o marido, o príncipe Harry, acusaram um membro da família real, que se recusaram a identificar, de ter manifestado preocupações racistas sobre um filho de ambos e os monarcas de terem ignorado os seus pedidos de ajuda à duquesa de Sussex, que desabafou durante a entrevista à norte-americana Oprah ter chegado a ter pensamentos suicidas.
A entrevista do casal, a residir na Califórnia há um ano, arrastou a Coroa britânica para a sua maior crise desde a morte da mãe de Harry, Diana, em 1997.
Questionada sobre o que Meghan disse sobre a observação acerca da pele de um filho seu com Harry, a ex-primeira-dama dos EUA desabafou à NBC News que “foi de partir o coração”. Mas, considerou, “neste mundo, a raça não é uma construção nova para as pessoas de cor, e por isso não foi uma surpresa ouvir o que [Meghan] sentiu”.
“Acima de tudo, isto é [sobre] uma família”, considerou Michelle Obama, esperando que a família real britânica encontre uma forma de ultrapassar todos os diferendos. “Rezo por perdão e cicatrização [das feridas] de todos eles, para que possam usar isto como um momento de aprendizagem para todos nós.”
A rainha Isabel II assinou, na última terça-feira, um comunicado em que reagia à entrevista do neto e da mulher, dizendo que os monarcas estavam tristes ao terem tido percepção das experiências desafiantes que o seu neto Harry e a esposa enfrentaram, acrescentando que iria abordar em privado as revelações sobre um comentário racista no seio da família. O texto distingue-se pelo facto de, pela primeira vez, Harry e Meghan não serem tratados pelo título de “duques de Sussex”.
A questão do racismo levou a que várias personalidades, pró e contra a monarquia no Reino Unido, exigissem saber o autor do comentário. O príncipe Carlos escusou-se, até agora, a responder às perguntas dos jornalistas, mas o seu filho mais velho, e segundo na linha de ascensão ao trono, William, foi peremptório ao declarar: “Não somos uma família racista.”