Peter Bellerby criou este atelier porque não existia um globo terrestre perfeito
Moldam peças únicas para Hollywood e para o resto do mundo. Globos com os 40 anos de estrada de uma banda, globos com mil e uma ilustrações, globos com aquela viagem cancelada em 2020. O segredo? “As mãos, os olhos, água e cola.”
Andou dois anos à procura de um globo terrestre para oferecer ao pai no 80.º aniversário. Encontrou “antiguidades valiosas” e “réplicas pobres” — capitais incorrectas e a maioria dos nomes no Médio Oriente mal grafados ou incorrectamente posicionados. Por isso, accionou o plano b. Fazer com as próprias mãos dois globos, um para o pai, o outro para o seu próprio escritório. “Afinal, quão difícil pode ser fazer uma esfera e colar nela um mapa?” Quando deu por ela, Peter Bellerby tinha confiado os moldes a fabricantes de Fórmula 1, contratara dois cartógrafos a tempo inteiro e decidira construir globos perfeitos e não apenas “algo próximo a globos perfeitos”, que foi o que encontrou em todos — e sublinha “todos” — os fabricantes durante a sua longa e exaustiva investigação. “Há fabricantes que sobrepõem gomos ao ponto de destruir países inteiros. Alguns até têm linhas de latitude que parecem ter sido desenhadas com uma régua depois de o mapa ter sido colado”, disse à Fugas o fundador da londrina Bellerby and Co, um atelier artesanal de globos terrestres — cujos valores oscilam entre os dos miniglobos de secretária de 22 centímetros (desde 1199 libras, perto de 1300 euros) e “O Maior Globo Que Fazemos”, com 127 centímetros de diâmetro e uma base artesanal de carvalho ou de nogueira (89 mil libras, pouco mais de cem mil euros) — com uma equipa de artistas que moldam peças únicas por encomenda e enviam para todo o mundo. Portugal incluído.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.