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Uma viagem à Polónia, o pior país da União Europeia para as pessoas LGBTI
A Polónia é actualmente o país da União Europeia com a posição mais baixa no ranking da ILGA, que anualmente analisa os direitos LGBTI. O discurso contra esta minoria tornou-se o protagonista de um Governo de extrema-direita ultraconservador.
Desde que o partido nacionalista Lei e Justiça (PiS) voltou ao poder na Polónia, em 2015, a fórmula utilizada tem sido dividir o país e as pessoas LGBTI são agora a “ovelha negra”, “culpadas por todo o mal do país, até pela pandemia”, conta a activista Mi Lekler ao P3. A viver desde 2018 em Portugal, Mi, que se apresenta como "não-binária", explica que tem receio de voltar ao seu país.
Mariusz Kurc vive em Varsóvia e descreve um cenário "surreal", com carrinhas a percorrer várias cidades polacas a debitar por um altifalante propaganda anti-LGBTI. A retórica contra as minorias sexuais tem subido de tom, chegando por vezes a culminar em episódios violentos, mas Mariusz acredita que "algo de bom pode sair" deste confronto que passou a dominar a esfera política.
A Polónia é, neste momento, o país da União Europeia com a posição mais baixa no ranking da ILGA-Europe (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo), que analisa os avanços e retrocessos legislativos, políticos e sociais no que toca aos direitos LGBTI. No último ano, cerca de um terço das localidades do país declararam-se como zonas livres de pessoas LGBT, uma medida que, embora não tenha qualquer efeito legal, alimenta e incentiva o discurso contra esta minoria.
Em Setembro, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avisou que estas declarações não têm lugar na União Europeia. "Sermos nós próprios não é a nossa ideologia. É a nossa identidade. E ninguém nos pode tirá-la. Zonas livres de LGBTI são zonas sem humanidade", sublinhou no seu discurso sobre o Estado da União.
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