A primeira banda nas novas Bunker Live Sessions: Nunca Mates o Mandarim

As Bunker Live Sessions vão dar palco às criações de músicos emergentes nacionais.

Chamam-se Nunca Mates o Mandarim, mas combinam o poético mundano da língua portuguesa (olá, Eça de Queiroz) com acordes prolongados e sonhadores do indie rock, oferecendo uma tranquilizante calma melódica a quem os ouve.

A banda, composta por três jovens artistas portuenses — Manuel Dinis (guitarra e voz), João Amorim (guitarra e voz) e João Campello (bateria), aqui acompanhados por Ricardo Alves (baixo) —, viu a sua popularidade aumentar no último ano, graças à presença em palco e à vibe retro que transmitem (estão confirmados para o Primavera Sound 2025). São eles que estreiam as Bunker Live Sessions, o novo projecto da Bunker Records, coordenado pelo músico Miguel Dinis, que o P3 vai partilhar nos próximos meses. As sessões, gravadas nos estúdios Bunker, no Porto, podem ainda ser ouvidas na Rádio Nova. Estreiam-se com a música Boulevard, 61 ​e três perguntas para os ficares a conhecer a todos.

Como foi o dia de gravação para as Bunker Live Sessions?
Manuel Dinis:
Foi um dia em que estávamos entusiasmados porque ia ser uma cena nova, um projecto que achávamos que ia ser fixe. Tocámos a Boulevard, 61, que era a música mais recente, e quisemos fazer um arranjo diferente. Até foi uma maneira de refinar como queríamos tocar esta música ao vivo. No final dos ajustes de áudio e luz, achámos que o produto final ficou fixe, foi um dia calmo.

Qual é o significado da música que escolheram? Alguma memória que te fez escrevê-la?
João Amorim:
 A essência da música é o Porto e uma espécie de actualização sobre a música Marie, a nossa primeira música lançada. É um bocadinho sobre o ponto em que nós estamos enquanto banda. Há uma frase da música que é “Sei que não queres nada sério, mas divertido eu já não sou” e nós neste momento estamos a escrever coisas um pouco mais maduras, menos alegres, menos divertidas, menos eróticas. E é sobre as transformações da nossa cidade e a sua turistificação, sobre a beleza do Porto.

Comecei a escrever a música enquanto estava em Lisboa, na Avenida da Liberdade. Estava numa esplanada cheia de turistas, onde o pessoal não falava português e achei muito curiosa a sensação de ser um estranho numa cidade que apesar de tudo, também é minha.

Quais são as vossas inspirações? Existe alguma banda com menos reconhecimento que queiram partilhar?
João Campello:
Os três temos inspirações muito diferentes, mas acabamos por culminar todos num ponto comum, que é o Jorge Palma — numa das músicas do próximo álbum fazemos referência a uma música dele, visto ser a nossa inspiração em comum.

Eu provavelmente diria os Marquise, são uma banda do Porto, tal como nós, e gosto muito da qualidade da música especialmente a nível de letra, e merecem mais reconhecimento.