Governo considera que ameaças de ódio são “ameaças à própria democracia”

O Governo declarou que as ameaças de ódio são crimes e que por isso “estão a ser tratadas como tal”.

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A ministra Mariana Vieira da Silva condenou as ameaças LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

No final do encontro de Conselho de Ministros desta quinta-feira, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva comentou também as ameaças de ódio contra um grupo de dez pessoas, que incluem três deputadas e dirigentes de uma associação de defesa de direitos humanos dizendo que são uma “ameaça à própria democracia” e uma questão criminal, que deve ser tratada como tal. “O Governo repudia qualquer ameaça desta natureza e solidariza-se com os atingidos”, asseverou.

“A tentativa de condicionamento político de representantes eleitos é crime e é como crime que está a ser tratado, como já foi anunciado. As autoridades responsáveis estão a fazer essa investigação”, disse a ministra, acrescentando que estão também já envolvidas as “autoridades responsáveis pela avaliação de risco que [acompanham] estes representantes de órgãos de soberania”. “Temos assistido em Portugal e muitos países da UE a um aumento e agravamento do discurso de ódio, da coacção e ameaças. Julgamos que todos os democratas têm o dever se se indignar e de fazer tudo o que puderem para controlarem este nível elevadíssimo de ameaças que começam a surgir em Portugal.”

Esta quinta-feira, também o presidente da Assembleia da República repudiou as ameaças a que chamou “tentativas de intimidação”. Ferro Rodrigues acrescentou ainda que tem a certeza que os deputados não se deixarão condicionar por “por grupúsculos inimigos dos direitos e das liberdades fundamentais”.

Já Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos democratas que tenham “tolerância zero” face aos acontecimentos recentes conotados com a extrema-direita e alertou que a democracia está sob ataque. “É preciso estar atento às campanhas e escaladas que é fácil fazer na sociedade portuguesa” e “perceber como é que a instrumentalização desses temas tem sido usada noutros países para radicalizar a vida política, promover fenómenos anti-sistémicos e fragilizar a democracia”, declarou.

Os partidos de esquerda e o PAN também condenam as ameaças “ilegítimas, ilegais ou criminosas” que têm sido feitas a deputados, jornalistas e organizações anti-racistas e o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu prisão para “os grupelhos". O deputado e líder do Chega lamentou as ameaças e acrescentou que também já foi alvo.

 
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