Confinamento levou população a reduzir exercício físico

Estudo ibérico obteve mais respostas junto dos praticantes de corrida que se queixam do “não reembolso das verbas gastas em inscrições em provas” que acabaram por ser canceladas.

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Nuno Ferreira Santos

Sessenta e seis por cento dos portugueses reduziram os seus treinos físicos em intensidade e frequência devido à pandemia de covid-19, segundo um estudo ibérico em que participaram investigadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH). Em Espanha a quebra no exercício foi de 63%.

“Apesar da diferença do número de respostas entre Portugal e Espanha [2309 respostas em Portugal, 468 em Espanha] ser considerável e a maioria dos participantes ser maioritariamente dedicada à corrida, foram ultrapassados os números definidos para uma amostra mínima, sendo possível considerar que as principais conclusões deste inquérito se apliquem a outras actividades de ar livre de prática informal como o BTT, o Geocaching e a Escalada”, afirma, em comunicado, Rui Pedro Julião, docente da NOVA FCSH e um dos responsáveis pelo estudo.

Os praticantes de corrida e de corrida de montanha disseram ainda já ter sentido o efeito de provas canceladas (90% em Portugal, 83% em Espanha), especialmente a nível económico devido “ao não reembolso das verbas gastas em inscrições em provas”, na maior parte das vezes, refere a nota. Em ambos países os participantes indicaram estar preocupados com o perigo de contágio do novo coronavírus durante futuras provas.

Nesta categoria de atletas, a maioria indicou que não iria abandonar a prática desportiva (94% em Portugal e 89% em Espanha), mas admite que pode alterar a forma como a faz.

O estudo demonstra ainda que, durante o confinamento, a maioria dos portugueses disse treinar entre duas a três vezes por semana. Por outro lado, a maioria dos espanhóis treinou mais, entre quatro a seis vezes por semana. No entanto, tanto num país como o outro a frequência de treinos diminuiu (em Portugal 61% e em Espanha 57%).

Os restantes dados do estudo podem ser encontrados aqui.

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