A modelo Arizona Muse pede à indústria da moda que mude em nome do clima

Norte-americana publicou vídeo onde explica os pecados da indústria têxtil e apela aos consumidores para que mudem os seus hábitos de compra de vestuário.

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Reuters/DYLAN MARTINEZ
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Arizona Muse quer que a indústria da moda se torne mais ambientalmente sustentável e está a usar o seu poder para ajudar a combater as mudanças climáticas. A modelo, de 31 anos, juntou-se ao movimento Extinction Rebellion, numa campanha que começou antes da semana da moda de Londres, que começa esta sexta-feira.

Depois de Nova Iorque, é a vez de a moda desfilar em Londres e a modelo norte-americana fez um vídeo para a Extinction Rebellion com o objectivo de consciencializar a indústria. Para as grandes marcas, a sustentabilidade é, cada vez mais, um tema urgente, uma vez que as suas decisões — de serem mais ambientalistas — se reflectem nas vendas, já que os consumidores mostram estar cada vez mais preocupados com a questão ambiental. Mas, para Arizona Muse, é preciso agir com maior urgência, pede. 

A modelo, que trabalhou para Chanel, Estée Lauder, Prada, Louis Vuitton e Yves Saint Laurent, declara que sente a crise climática diariamente. “Estamos numa situação relativamente chocante e precisamos sentir esse choque”, disse à Reuters.

“Amo estar na área da moda porque este é um sector que pode mudar completamente, da noite para o dia, a mentalidade das pessoas. Temos esse poder”, acredita, acrescentando que as roupas sustentáveis ​não precisam ser feias ou de fraca qualidade. “Precisamos aproveitar esse poder e mudar a percepção do que é moda sustentável”, defende.

No último ano, o activismo climático tornou-se uma característica da semana de moda da capital britânica, com os protestos dos activistas da Extinction Rebellion que chamam a atenção para o impacto da indústria têxtil no meio ambiente. Esta é responsável por 8 a 10% das emissões globais de carbono, mais do que todos os voos internacionais e transporte marítimo combinados, de acordo com o Programa Ambiental da ONU.

Por exemplo, dizem as Nações Unidas, o tingimento têxtil é o segundo maior poluidor de água do mundo e são necessários cerca de 7500 litros de água para fazer um par de calças de ganga. A cada segundo, o equivalente a um camião de lixo de têxteis é depositado num aterro ou queimado, acrescenta.

Arizona Muse confessa que adora os eventos de moda, mas que estes precisam redireccionar a sua energia para a sustentabilidade. “Pessoalmente, não quero que a semana de moda desapareça. Acho é que este é um momento incrível para educarmos e inspirarmos os outros”, conclui.