A modelo Irina Shayk e o actor Bradley Cooper formaram, durante quatro anos, um casal quase de sonho. Até que, em meados do ano passado — e já depois de meses de alguns rumores (sobretudo após a cerimónia dos Óscares em que Cooper protagonizou um momento de grande intimidade com Lady Gaga na interpretação do tema Shallow, que viria a ganhar a estatueta de melhor canção original) —, o par anunciou a separação.
Seguiram-se algumas trocas de acusações, sobretudo provenientes de terceiros, identificados como supostos amigos do casal, que apontavam a dependência de Cooper em relação à mãe, que chegou a desfilar com o casal na passadeira vermelha dos Óscares. No entanto, só agora a modelo russa fala sobre como é a vida depois de Bradley, numa entrevista exclusiva à Vogue britânica, da qual a ex-namorada de Cristiano Ronaldo é capa da edição de Março, que chega às bancas na sexta-feira.
“Acho que para todos os bons relacionamentos se leva o melhor e o pior [de nós próprios] — é assim a natureza do ser humano”, começa por constatar Irina, concluindo que “duas boas pessoas não formam necessariamente um bom casal”.
Ainda assim, a modelo, que conquistou visibilidade extra em Portugal devido à longa relação que manteve com Cristiano Ronaldo, considera que foi uma afortunada, assim como o seu antigo parceiro: “[O Bradley e eu] tivemos muita sorte em viver o que tínhamos um com o outro.”
Já sobre o dia-a-dia sem Cooper ao seu lado, Irina Shayk confessar tratar-se de uma nova experiência, sobretudo no papel de mãe de Lea, de quase três anos: “É difícil encontrar um equilíbrio entre ser mãe solteira e ser trabalhadora e prestadora de serviços. Há dias em que acordo e fico tipo ‘Oh meu Deus, não sei o que fazer, estou a desmoronar.”
“Sempre senti que nasci no corpo errado”
Ao longo da entrevista, a modelo, de 34 anos, recorda a infância em Yemanzhelinsk, junto à fronteira com o actual Cazaquistão, ainda sob o jugo da União Soviética, onde o pai trabalhava nas minas de carvão e a mãe era pianista, evocando a educação rigorosa, mas sobretudo a forma como a própria se via.
“Sempre senti que nasci no corpo errado”, relata, confessando que durante muito tempo “achava que devia ser um rapaz”. “Talvez porque o meu pai sempre quis ter um menino.”
A morte do pai quando Irina tinha 14 anos, transformou-a “no homem da família”. Na mesma altura, recorda, prometeu a si mesma “nunca casar”.
“É claro que, mais tarde na vida, superei isso e adoro ser mulher.” No entanto, ainda hoje considera que a sua educação está vincada na sua personalidade, que diz assustar: “Tenho uma personalidade forte e definitivamente sei o que quero, e acho que alguns homens têm medo disso.” Uma dureza que transporta para os seus relacionamentos, apesar de confessar “que, por detrás disso, há uma pessoa agradável e doce que chora nas entrevistas”.