O que é isto da etiqueta? Será que a etiqueta é hoje menos enfadonha do que antigamente? Em a Etiqueta Moderna, Vasco Ribeiro propõe olhar a etiqueta de uma outra forma: interessante e mais prática para as novas gerações.
O docente da Universidade Europeia define a etiqueta como “as boas maneiras a ter a nível pessoal, social e profissional”. O interesse por esta área surgiu quando o jovem caldense estudava Gestão da Restauração e Catering. “Sempre me despertou interesse como é que se fazia toda a gestão das manias, egos, exigências, clichés dos turistas, dos clientes e hóspedes”, recorda Vasco Ribeiro ao PÚBLICO.
“Refém dos velhos do Restelo” foi assim que Vasco Ribeiro encontrou a etiqueta quando começou a investigar. “Todos os dias vemos novas gerações com comportamentos diferentes face às gerações mais antigas. A etiqueta tinha de acompanhar essa evolução e modernidade, não podia morrer”, explica o autor. Então, tornou-se advogado na luta contra os estereótipos de que etiqueta era apenas para a classe alta.
Smartphone e cotovelos à mesa
A chamada etiqueta clássica está desactualizada? A resposta de Vasco Ribeiro é um imediato sim. Rapidamente o autor completa a afirmação: alguns temas são “intemporais” como dar prioridade a alguém mais velho ou com mobilidade reduzida, mas muitos caíram em desuso. O especialista sugere por exemplo a actualização do uso do pronome ‘você’, um hábito linguístico típico do português do Brasil. “A solução é omitirmos a palavra ‘você’”, sugere.
Embora controverso, o autor considera que o smartphone já tem um lugar à mesa. O telemóvel deverá ficar do lado direito e ser apenas utilizado de forma natural e discreta, recomenda. Na nova etiqueta, os cotovelos em cima da mesa também são permitidos: “Pode conceder-se, sim, nos momentos de pausa em que estamos à espera de um novo prato.”
No livro Etiqueta Moderna, o autor quis criar um conjunto de normas para a conduta das novas gerações, sem dispensar “os alicerces da etiqueta clássica”. Redes sociais, plataformas electrónicas de transporte, networking e animais de estimação são alguns dos temas da nova etiqueta. “Fazia falta criar-se um conjunto de regras para validar as nossas boas maneiras no digital”, considera Vasco Ribeiro. Com o tema em mente, e como millenial que é, o autor escreveu algumas dicas para a conduta nas redes sociais onde, segundo o próprio, “não pode valer tudo”.
O especialista defende que não devem ser enviados convites para jogos nem ser colocados likes sempre nas publicações da mesma pessoa. Quanto aos grupos nas diferentes redes sociais, Vasco Ribeiro aconselha que não devem ser incluídos utilizadores sem um pedido de autorização prévio.
Além de ensinar às novas gerações as regras da etiqueta, o autor quer alertar os mais velhos para a evolução desta área do saber, para que não fiquem “atrasados no tempo e na sociedade”.
Texto editado por Bárbara Wong