Lisboa, seis da madrugada de 25 de Novembro de 1975. Um grupo de cerca de 50 militares pára-quedistas de Tancos dirige-se à base aérea de Monsanto e toma-a de assalto. Nas horas seguintes, outros destacamentos de pára-quedistas ocupam as bases aéreas de Tancos, Monte Real e Montijo, o Estado Maior da Força Aérea (EMFA) e a sede da Primeira Região Aérea. Para adensar o clima da rebelião, o Regimento de Artilharia de Lisboa — o famoso Ralis — toma posições junto à auto-estrada do Norte, controla o aeroporto da Portela e o Depósito Geral de Material de Guerra, em Beirolas. A Escola Prática de Administração Militar ocupa a RTP. Apenas cinco dias antes, o Presidente da República, Francisco Costa Gomes, tinha previsto a iminência de um golpe militar e lançara um apelo dramático ao país: “A Guerra Civil só traz desgraça, ruína, ódio, sacrifícios a este povo, que suportou durante treze anos e meio uma injusta Guerra Colonial”. Na manhã desse dia, os seus piores receios estavam a ganhar forma.
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