O Dia Mundial da Saúde Sexual assinala-se hoje, dia 4 de Setembro, e a Associação Mundial da Saúde Sexual (WAS, na sigla original) lançou o repto para que todos se unam em torno da educação, considerando esta a chave para conseguir a saúde sexual. Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC) respondeu com uma abrangente campanha, ampliando este dia a Setembro inteiro: “Este mês, a educação sexual tem voz!”, assinada pela Bang Bang Agency, salienta o direito à educação sexual, independentemente da idade, situação ou identidade.
A acção, que arrancou com o lançamento do site Dia Mundial da Saúde Sexual, activo desde as 11h de hoje, vai passar por diversas outras plataformas digitais, tanto da SPSC como de vários parceiros, além de contar com iniciativas de rua, com a colocação de mupis alusivos à temática (pelo menos nos concelhos de Lisboa, Oeiras, Porto e Vila Nova de Gaia) e com anúncios televisivos que, ao longo deste mês, podem ser vistos nos canais abertos RTP, SIC e TVI e nos canais de distribuição por assinatura CMTV, SIC Mulher e SIC Notícias.
Para a presidente da SPSC, Patrícia M. Pascoal, a temática proposta para 2019 pela OMS passa por fazer com que a educação se foque nos múltiplos factores que explicam e fazem parte da sexualidade humana ao longo do percurso de vida: biológicos, psicológicos, relacionais e sociais. Já sobre a campanha nacional, a responsável refere que a mesma subverte a visão do que é considerado explícito, arrancando os preconceitos e colocando a palavra no centro das atenções. Para tal, explica numa mensagem que pode ser lida no site, parte-se “de perfis e histórias particulares para uma discussão urgente e abrangente”.
Esses testemunhos, apresentados em diamundialdasaudesexual.pt e nas redes sociais associadas, trazem uma “mensagem de empoderamento (…) de pessoas que, dando o seu rosto e voz, abrem caminho para a enorme possibilidade de testemunhos possíveis, todos necessários para exigir uma melhor educação sexual, e todos importantes para uma aprendizagem colectiva de inclusão”.
Entre os primeiros depoimentos disponíveis, pode-se ouvir a bailarina e coreógrafa Diana Niepce, de 33 anos, que chama a atenção para o facto de a tetraplegia — consequência de uma queda de um trapézio enquanto ensaiava para um espectáculo de dança — não ser sinónimo de assexualidade, ou de Olga Marques, que, aos 73 anos, sublinha que “a sexualidade é bonita (…); é parte da nossa natureza — não podemos fugir-lhe”.