Pilates melhora qualidade de vida de doentes crónicos

Revisão de estudos feita pela Universidade de Aveiro revela que exercício pode ajudar em doenças cardiovasculares, respiratórias, cancro e diabetes.

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Maddi Bazzocco/Unsplash

A prática de Pilates melhora a qualidade de vida de quem sofre de doenças cardiovasculares e respiratórias crónicas, cancro e diabetes. O Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória da Escola de Saúde da Universidade de Aveiro fez uma revisão de 14 estudos centrados na prática de Pilates e conclui que esta pode ajudar como terapia complementar.

“O Pilates pode ser uma boa terapia”, diz Sara Souto Miranda ao PÚBLICO, a investigadora que fez a revisão com Alda Marques. “Verificámos que os doentes que praticam Pilates melhoram significativamente a sua qualidade de vida”, acrescenta.

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As investigadoras Alda Marques e Sara Souto Miranda DR

Quais são os benefícios? O Pilates ajuda a melhorar a força muscular, a ser mais tolerante ao esforço físico e aos próprios sintomas das doenças. Embora o laboratório se concentre nas doenças respiratórias, avaliou também que esta modalidade – o Pilates Clínico e não o praticado em ginásio, salvaguarda a investigadora – é boa para as doenças cardiovasculares, cancro e diabetes. 

Contudo, sublinha Sara Souto Miranda, esta prática deve ser complementar ao que os doentes estão já a fazer. “O Pilates parece ser uma boa intervenção a adoptar como estratégia adjuvante, isto é, não tem efeitos superiores a outras intervenções na maior parte dos domínios da saúde, pelo que deve ser praticado em conjunto com outras intervenções que já se demonstraram eficazes, como a reabilitação respiratória, cardíaca ou neurológica”, diz, citada por um comunicado da Universidade de Aveiro.

Os artigos estudados reportam a prática de Pilates por 491 pessoas com um historial de doenças crónicas (cancro da mama, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, fibrose quística, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial), durante 8 a 12 semanas, uma a três vezes por semana. As maiores melhorias, descreve Sara Souto Miranda, “foram reportadas para doentes com patologia cardiovascular crónica, diabetes e cancro da mama” e incidiram ao nível da tolerância ao esforço (capacidade para caminhar mais tempo sem parar), sintomas (fadiga, dor, ansiedade e depressão) e qualidade de vida relacionada com a saúde. 

Ao PÚBLICO, Sara Souto Miranda declara que há várias práticas físicas como o Pilates, o Ioga ou o Tai Chi que nunca foram pensadas como terapêuticas na medicina ocidental. Contudo, têm sido feitos estudos que têm demonstrado os benefícios destas na saúde e na reabilitação. A próxima análise que as duas investigadoras pretendem fazer será centrada no Tai Chi, uma prática milenar de origem chinesa. “A nossa missão no laboratório são as doenças respiratórias que são a terceira causa de morte”, justifica.

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