BE: reivindicações dos enfermeiros são justas, mas não devem aumentar “a cada dia”
Catarina Martins comentou o diferendo que opõe enfermeiros e executivo, à margem das jornadas parlamentares do BE.
Apesar de reconhecer a justiça das reivindicações dos enfermeiros, a coordenadora do BE, Catarina Martins, também apelou àqueles profissionais para que sejam claros nas exigências: “Os enfermeiros não devem ter um caderno reivindicativo que vai aumentando a cada dia, porque isso torna impossível uma negociação. Mas é verdade que boa parte das reivindicações dos enfermeiros são justíssimas, são atendíveis e não estão ainda respondidas”, disse a deputada, à margem das jornadas parlamentares que decorrem, nesta segunda e terça-feira, no distrito de Aveiro.
Sobre o diferendo que opõe enfermeiros e Governo, Catarina Martins salientou os passos das negociações, mas lamentou também que nem tudo esteja atendido: “Foi importante que o Governo tenha dado o passo sobre o reconhecimento do grau de especialista, passos que foram dados de remuneração, de horários. Fica, do nosso ponto de vista, uma questão por resolver que tem a ver com a progressão nas carreiras e com o descongelamento”, afirmou, alertando, neste ponto, para a existência de situações díspares e de “injustiça” em diferentes centros hospitalares.
Catarina Martins considera que, “se o Governo resolver” a questão da progressão e do descongelamento, “existirá também bom senso da parte dos enfermeiros”. “É importante também que, da parte dos enfermeiros, haja essa aproximação e não haja sucessivas novas reivindicações, mantendo uma greve que está a penalizar muito o SNS”, disse, confiante que os enfermeiros sabem que o SNS “é um dos pilares” do país e apelando ao “bom senso de ambas as partes”.
Lutas e apoio popular
“Os enfermeiros tiveram sempre nas suas lutas, até agora, um enorme apoio popular e, seguramente, não querem alienar esse apoio popular às suas justas reivindicações. Para isso, também é preciso bom senso do lado dos enfermeiros, reconhecer aquilo em que o Governo já se aproximou e naturalmente ter um caderno reivindicativo que seja claro, que seja atendível”, insistiu, convicta de que pode haver uma aproximação de ambos os lados.
“Os enfermeiros são essenciais ao SNS e não têm sido bem tratados por sucessivos governos. Há uma série de questões que já foram resolvidas, mas há outras que ainda não foram resolvidas e que devem ser. Mas também é verdade que ter um caderno reivindicativo que vai crescendo à medida que as negociações vão sendo feitas torna difícil encontrarmos o bom caminho para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, reiterou, sublinhando que "o que não tem sentido, seguramente para ninguém, é uma luta que vai destruindo o SNS".