Três activistas pró-democracia venceram um recurso na instância mais alta de Hong Kong contra sentenças de prisão decididas em 2014 depois de estes terem organizado um movimento de protestos. Apesar de terem sido libertados, Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow foram avisados que um próximo acto de desobediência civil será duramente punido.

A decisão de reverter as sentenças de prisão, que foram aplicadas em Agosto e que variaram entre os seis e os oito meses, foi tomada por unanimidade pelo painel de cinco juízes.

Na origem deste processo está a chamada “revolução dos guarda-chuvas”, uma série de manifestações que reuniram milhares de pessoas que pediam mais democracia e que paralisaram o centro de Hong Kong durante 79 dias, tendo sido também um dos maiores desafios à governação comunista de Pequim em décadas. Numa das noites de protestos, algumas centenas de pessoas forçaram a barreira de segurança e tentaram entrar na sede governamental. Na sequência deste incidente, os três activistas, que impulsionaram as iniciativas de protesto, foram acusados de “assembleia ilegal”.

Em primeira instância, Wong, Law e Chow foram condenados apenas a trabalho comunitário e pena de prisão suspensa. Porém, o Departamento de Justiça de Hong Kong pressionou para que a sentença fosse revista, pelo que, mais tarde, um tribunal de recurso decidiu pelas penas de prisão efectivas.

Desta forma, os cinco juízes reverteram as penas de prisão. Contudo, os magistrados avisaram que, no futuro “os infractores envolvidos em assembleias ilegais de larga escala” serão severamente punidos, cita a Reuters.

Apesar de terem vencido o recurso, os activistas mostraram-se preocupados com o futuro, alertando que outras pessoas poderão vir a ser injustamente punidas: “Não é tempo para celebrar. É uma longa batalha para nós no futuro”, disse Joshua Wong. “Talvez mais e mais activistas venham a ser presos por causa deste julgamento severo. Temos de apelar às pessoas para que continuem a lutar pela democracia”, rematou.