Jackpot de 300 milhões para o Mónaco de Leonardo Jardim
Actual líder do campeonato passou a olhar para dentro de portas com mais atenção.
No Mónaco já pouco ou nada dizem os nomes de Rothen, Giuly ou de Prso. As jóias do principado são agora Bernardo Silva, Fabinho e as recentes descobertas do futebol francês Kylian Mbappé, Thomas Lemar ou Benjamin Mendy. Fala-se numa colecção que vale à volta de 300 milhões, dizem os especialistas do mercado. Em 2004, a derrota com o FC Porto (0-3) na final da Liga dos Campeões marcou o fim da ascensão da AS Mónaco e de alguns dos seus melhores jogadores. A chegada ao topo passou pela superação de duros testes com o Chelsea e o Real Madrid de Iker Casillas, e ainda pela goleada de 8-3 aplicada ao Deportivo da Corunha na fase de grupos. Treze anos depois, a equipa mais jovem da meia-final desta Liga dos Campeões vai estar em confronto com a Juventus, a mais madura de todas elas, que tem a fama e o proveito de ser a “velha senhora”, habituada a toda a deferência.
A decepção de Gelsenkirchen acabou por se tornar no início de um caminho pedregoso que levou à II Liga e quase por milagre salvou o Mónaco da queda no abismo do Nacional, o terceiro escalão do futebol francês. O antigo treinador do clube, o italiano Marco Simone, que brilhou no Milan, dizia recentemente à revista France Football que todos os dias lhe apareciam jogadores novos que não conhecia de lado nenhum. Não havia qualquer política, de resto, como consequência de frequentes mudanças de treinadores e presidentes.
O clube não tinha recursos para aplicar em futebolistas experientes e procurava então encontrar soluções fáceis em jovens desconhecidos na expectativa de grandes negócios. Mas a II Liga não era coisa de “pintainhos”, exigia gente experiente, preparada para o combate e aquele grupo não aguentava essa exigência. Para o regresso à elite tornou-se necessária terapia de choque. Há seis anos, o magnata russo Dmitry Rybolovlev aceitou a aposta no Mónaco e assumiu o comando, quando a equipa já dava escassos sinais de vida. A reanimação passou pelo uso do livro de cheques, em vária tranches, mas também por outras medidas que não pouparam sequer o treinador italiano Claudio Ranieri, despedido em Maio de 2014 e substituído pelo “astuto” Leonardo Jardim, como lhe chamou a revista inglesa World Soccer.
Numa das grandes facturas, o russo pagou 166 milhões para juntar Ricardo Carvalho, Falcao, João Moutinho e James Rodríguez. No passado, o clube já se tinha habituado a ter estrangeiros do nível de Klinsmann, Hateley, Hoddle, Saviola e Trezeguet - e entre eles também Rui Barros. Agora procuram-se em casa os principais reforços e já se fazem contas em Monte Carlo mesmo antes do final da época. Mas a recente derrota por 5-0 em Paris, na Taça de França, com vários jovens de segunda linha, mostrou que é muito cedo para pensar noutro jackpot nos tempos mais próximos.