Terminou o prazo para a conclusão do negócio e ele não foi concretizado. O Banco Efisa, que estava a ser alienado a 100% pela Parparticipadas, empresa do Estado que gere as participações financeiras do ex-BPN, à Pivot, SGPS, detida por Aba Shubert, Ricardo Santos Silva, mas também por Miguel Relvas, não vai ser vendido, pelo menos para já.

A Parparticipadas confirma em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que "a não conclusão do processo iniciado há 17 meses destinado à alienação de 100% do capital social do Banco Efisa, S.A. à Pivot, SGPS, S.A" se deve ao facto de "ter terminado o prazo, contratualmente previsto, para a verificação da condição de não oposição do Banco Central Europeu à transação", lê-se.

O negócio começou em Julho de 2015, mas faltava o OK do Banco Central Europeu para ser concretizado. Terminou o prazo do contrato de compra e venda que não foi assim prolongado. Ao Jornal de Negócios, que avançou com a notícia do falhanço da venda, a Pivot diz que continua "totalmente empenhada em adquirir e revitalizar o Banco Efisa".

Este negócio arrastava-se há mais de ano e meio e conhece agora um desfecho. Mas se levantava dúvidas sobre as condições da venda, também levantava dúvidas sobre o facto de o banco estar a ser vendido a uma empresa que tinha no seu corpo accionista o ex-ministro Miguel Relvas. 

O PS chegou a admitir chamar Miguel Relvas para explicar se havia ou não benefício, uma vez que o negócio foi decidido pelo Governo anterior, do qual Relvas fazia parte, mas o ex-ministro recusou ir à Assembleia da República explicar o seu envolvimento, respondendo apenas por escrito às perguntas dos deputados. Nas respostas, Miguel Relvas admitiu que a empresa Pivot foi criada propositadamente para comprar aquele banco e negou qualquer responsabilidade enquanto membro do governo neste processo.