EUA impõem sanções a vice-presidente da Venezuela por tráfico de droga
O Tesouro dos Estados Unidos acusa Tarek El Aissami de estar na folha de pagamentos do barão da droga Walid Makled.
Os Estados Unidos impuseram sanções financeiras contra o vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, que acusam de estar envolvido no tráfico de drogas, anunciou o Departamento do Tesouro de Washington.
Tarek El Aissami, 42 anos, um dos líderes mais influentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder desde 1999, foi nomeado para a vice-presidência em Janeiro. El Aissami foi governador do estado de Aragua, um dos mais violentos do país, e ministro da Justiça durante quatro anos, na presidência de Hugo Chávez.
O Tesouro dos Estados Unidos referiu que o vice-presidente venezuelano tem "facilitado o transporte de narcóticos", tanto por ar como por via marítima. O comunicado do Governo norte-americano acusa ainda Aissami de estar na lista de pagamentos do barão da droga venezuelano Walid Makled, a troco de dar protecção para transportes de droga.
Aissami é colocado na lista de pessoas e entidades alvo de sanções por ligação a narcóticos "pelo seu papel significativo no narcotráfico internacional". Os seus bens nos EUA ficam congelados e fica proibido de entrar nos Estados Unidos. As sanções agora aplicadas foram alargadas a 13 empresas "pertencentes ou controladas" pelo empresário Samark José López Bello, que Washington considera ser o "testa-de-ferro" do vice-presidente Aissami, com sede nos EUA, Panamá, Reino Unido, Venezuela e Ilhas Virgens Britânicas.
Em comunicado, López Bello nega as acusações de envolvimento no tráfico de drogas. O empresário, citado pela BBC, afirma ainda que não existem provas factuais ou justificações legais para que o seu nome tenha sido incluído na lista de sanções, para além de ser conhecido de Tarek El Aissami.
As sanções são o "culminar de vários anos de investigação sobre os principais traficantes de droga para os Estados Unidos e demonstram que a influência e o poder não protegem aqueles que se envolvem em actividades ilegais", refere o comunicado do Departamento do Tesouro.
Não é a primeira vez que líderes políticos venezuelanos ou familiares são acusados pelos EUA de terem ligações ao tráfico de droga. Dois sobrinhos da mulher do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram condenados em Novembro passado por um tribunal norte-americano pela tentativa de enviar 800 quilos de cocaína para os EUA. E em 2015, foi noticiado que a Agência de Luta contra o Narcotráfico dos Estados Unidos (DEA) e procuradores federais de Nova Iorque e Miami estavam a investigar Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional, e segunda figura mais poderosa do regime, também pelo seu envolvimento no narcotráfico.