Novos donos da ES Viagens querem expandir empresa em África e chegar ao Brasil

Springwater Capital concluiu esta semana a compra da empresa do Grupo Espírito Santo e já está a analisar novas oportunidades de aquisição, fora do sector do turismo.

Foto
Martin Gruschka, um dos fundadores da Springwater Capital, está a analisar a compra de, pelo menos, duas empresas portuguesas Enric Vives Rubio

A empresa do Grupo Espírito Santo foi vendida em apenas três semanas por um valor não divulgado e, durante este mês de Novembro, vai alterar a denominação social para Springwater Travel Group.

Mantém todas as marcas, como a TopAtlântico, a Carlson Wagonlit ou a Solférias, os trabalhadores e a maior parte da equipa de gestão. “Não temos intenção de mudar nada. A empresa tem posição para se desenvolver mais em Angola, Moçambique e outros países africanos”, disse Martin Gruschka, que fundou a Springwater Capital com Manilo Morocco em 2002.

Os novos donos da ES Viagens querem tornar-se num dos operadores ibéricos “mais relevantes no sector do turismo” e já são donos da espanhola Pullmantur, empresa da Royal Caribbean que detém a agência de viagens Nautalia, a companhia aérea Pullmantur Air, um operador turístico e outro de circuitos turísticos de autocarros.

Numa sala de hotel cheia de jornalistas, Francisco Calheiros admitiu que o “terramoto” do BES o apanhou de surpresa e afectou a reputação da ES Viagens, que viu beliscada a sua liderança na venda de bilhetes de voos regulares (através do sistema BSP, Billing and Settlement Plan, que contabiliza as vendas de voos das agências de viagens). “Em 2014 a liderança esbateu-se, é menor”, disse, acrescentando que a concorrência ganhou terreno.

Nos próximos tempos, a “nova” ES Viagens quer recuperar a estabilidade, “palavra de ordem” fundamental “para uma empresa que está a sair de uma situação conturbada”. “Estamos abertos a crescer, por aquisições ou com crescimento orgânico [mais clientes ou abertura de lojas, por exemplo]. Queremos reforçar aquisições em África e noutros países”, disse Francisco Calheiros. Os mercados internacionais pesam entre 25 a 30% na facturação da empresa, que já está em Angola, Moçambique, Espanha e Itália. O crescimento pode ainda passar pelo Brasil, admitiu o presidente da ES Viagens. “Já lá estivemos há dez anos e não correu bem, mas agora é diferente”, sustentou.

Em declarações ao PÚBLICO, Martin Gruschka adiantou que depois da compra da empresa portuguesa recebeu várias propostas de bancos de investimentos e mediadores com “oportunidades de negócio em vários sectores”. Neste momento, a Springwater Capital está a analisar duas a três empresas e poderá avançar com novo investimento no prazo de 12 a 18 meses. Sem querer adiantar que sectores ou empresas estão em cima da mesa, Martin Gruschka disse apenas que não são da área do turismo.

Sugerir correcção
Comentar