Paul Thomas Anderson e as suas figuras fundadoras de mitologia, capazes de iniciarem a História com as suas histórias (talvez fossem isso os actores porno de Boogie Nights, de 1997). Por isso o cinema do realizador parece querer contar sempre o nascimento de uma Nação, a América. Por isso, e independentemente da história que conta, carrega sempre a História do cinema americano - como um desejo de comunicar com os primitivos que fundaram a nação cinema. Há nisto, e sobretudo neste último filme de Anderson sobre a ordem e a rebeldia, o puritanismo e o excesso, a conformidade a uma cartilha solene: como perseguir o “grande filme americano”? Essa ambição nunca produz filme à altura, e desfaz-se em gestos de redundância. Como as contorções de Joaquin Phoenix, que nunca encontram personagem e são esgares a partir de um património da “arte de representar” norte-americana. O “great american film” sempre a falhar - podia ser o fantasma atrás das histórias dos últimos filmes do cineasta, é a história desta epopeia excessivamente cozida, árida, um épico sem drama nem libido.
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