Foi por alturas de "Diários de Che Guevara" que Coppola, detentor dos direitos de "On the Road", um daqueles muitos projectos que se notabilizou por não concretizar, achou que tinha encontrado o seu homem: de Walter Salles. É verdade que na pré-história do mito Che, "Diários de Che Guevara", havia uma busca de ingenuidade, um sentido de incompletude, como se no filme se quisessem imprimir os ritmos de alguém on the road para ser personagem (de cinema, inclusive). Coppola terá sido seduzido por isso? É que na adaptação que Salles faz de Pela Estrada Fora não fica impresso qualquer ritmo ou caminhada.Objecto vítreo, colecciona rostos e corpos de acordo com um formato visual de sensualidade que é muito du jour e das páginas de revista, mas absolutamente inexpressivo (Garrett Hedlung a fazer de Dean Moriarty, que era Neal Cassady; Sam Riley a fazer de Sal Paradise, que era Jack Kerouac; Kristen Stewart a fazer de Marylou, que era Luanne Henderson, casada aos 15 anos com Cassady; Kirsten Dunst a fazer de Camille, que era Carolyn Cassady, a mãe de dois filhos de Neal). Não queremos saber nada deles. Ficamos é com vontade de revisitar Nick Nolte, John Heard e Sissy Spacek no Heart Beat (1980) de John Byrum.
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