No final da década de 1970, em plena explosão punk, as X-Ray Spex foram um cometa de passagem inesquecível. Trepidação punk-rock, um saxofone demoníaco e uma vocalista em que se concentravam todos os olhares. O seu nome era Poly Styrene e, depois de Patti Smith e juntamente com as Slits, ajudou a transformar a ideia de feminilidade no rock'n'roll. A atitude rebelde e confrontante, a sua alucinada presença em palco e a voz fugidia de doçuras estéreis tornaram os X-Ray Spex um nome respeitado, apesar da curta carreira da qual resultou um single, "Oh bondage, up yours", e um álbum, "Germ Free Adolescents", que são hoje vistos como clássicos do punk.
A saída de Poly Styrene dos X-Ray Spex levaria ao fim da banda, incapaz de substituir a sua carismática vocalista. De uma reunião em 1995 resultou um álbum pouco memorável, "Conscious Consumer", e nova separação pouco depois. Agora, em 2011, não há lugar a reunião. Apenas Poly Styrene, a solo. Regressa com um álbum intitulado "Generation Indigo" e faz a ponte entre o ambiente punk em que se formou e as ruas de Inglaterra em que vive neste momento.
A mulher que influenciou o movimento riot grrrl da década de 1990 e que as Gossip de Beth Ditto ou os Yeah Yeah Yeahs de Karen O destacam como referência, move-se entre a rebeldia eléctrica de ontem e a electrónica de hoje. Punk, dubstep, reggae e o olhar, irónico e sempre atento, às tendências do mundo em volta.
"Generation Indigo" chegou esta segunda-feira às lojas. O primeiro single é "Virtual boyfriend". No Ípsilon online, "Virtual boyfriend" remisturada pelo duo Creep.