Artistas boicotam Guggenheim de Abu Dhabi

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Projecto do Guggenheim de Abu Dhabi DR

A petição, posta online e endereçada a Richard Armstrong, director da Fundação Guggenheim e do museu de Nova Iorque, ameaça deixar as paredes do novo museu vazias, uma vez que apela à comunidade artística para não vender nem ceder obras de arte para o Guggenheim de Abu Dhabi. O objectivo é alertar para as más condições em que os operários estão a trabalhar na construção.

Na base do protesto estão artistas de Nova Iorque, com raízes no Médio Oriente, que cederão parte das suas obras para o museu. O “The New York Times” escreve que Walid Raad, um artista nova-iorquino nascido no Líbano, é um dos principais promotores do protesto. Shirin Neshat, Mona Hatoum, Akram Zaatari, Yto Barrada e Kader Attia são outros artistas que já se manifestaram contra a precariedade do trabalho em Abu Dhabi, sendo todos eles imprescindíveis ao Guggenheim, que quer oferecer naquele espaço uma grande mostra de obras de arte do Médio Oriente.

Num comunicado, os artistas explicam que recusam cooperar com o projecto até o Guggenheim e as autoridades de Abu Dhabi garantirem que os operários são tratados “com dignidade e respeito e pagos como merecem”.

“A violação dos direitos humanos está constantemente a acontecer na ilha Saadiyat, onde o museu está localizado” escrevem os artistas no comunicado, citado pelo “The Art Newspaper”, acrescentando que “ninguém deve desejar expor ou actuar num edifício construído através da exploração dos trabalhadores”.

A Fundação Guggenheim já emitiu um comunicado a comentar as notícias que têm vindo a público, negando abusar dos trabalhadores. “As acusações são ‘desinformadas’ e os direitos dos trabalhadores sempre foram a nossa prioridade”, pode-se ler no comunicado.

O Guggenheim de Abu Dhabi deverá abrir em 2013 na ilha Saadiyat, ou como é muitas vezes apelidada “A Ilha da Felicidade”, que abrigará ainda uma filial do Museu do Louvre, do Zayed National Museum e ainda um campus da New York University.

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