Os últimos acidentes da Air France



A Air France viveu um dos seus dias mais negros a 25 de Julho de 2000, quando um dos aviões supersónicos Concorde da sua frota se despenhou pouco depois de levantar voo do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, provocando a morte dos 109 ocupantes e de quatro pessoas que se encontravam em terra. Foi o penúltimo acidente da companhia, uma das maiores a nível mundial, e acabaria por ditar o fim de vida dos sofisticados aparelhos que entraram ao serviço em 1976.


Segundo as investigações, o acidente terá sido causado por uma peça de titânio largada por um avião da Continental Airlines que descolara pouco antes. O metal provocou o rebentamento de um dos pneus do trem de aterragem, cujos fragmentos atingiram um dos depósitos do avião, causando uma fuga de combustível que provocou o incêndio num dos motores. Com menor capacidade de propulsão e sem conseguir recolher o trem de aterragem, o avião foi incapaz de ganhar velocidade e acabou por despenhar-se em Gonesse, atingindo quatro pessoas que se encontravam no solo.


Após o acidente, os restantes 19 Concorde ao serviço da Air France e da British Airways foram mantidos em terra até à conclusão das investigações e posteriormente as duas companhias decidiram reformar os aparelhos supersónicos, considerando que a sua exploração se tornara inviável. O último voo de um avião que durante 27 anos ligou em tempo recorde os dois lados do Atlântico Norte teve lugar a 26 de Novembro de 2003.


Um ano e meio mais tarde, em Agosto de 2005, a companhia francesa registou o seu último acidente grave, quando um Airbus A340 oriundo de Paris falhou a aterragem no aeroporto de Toronto, saindo fora de pista antes de cair numa pequena ravina, incendiando-se. A bordo seguiam 309 pessoas, mas a rápida intervenção dos tripulantes garantiu a rápida evacuação de todos os ocupantes, sem que nenhum deles tenha sofrido ferimentos graves.



Avião da Air France com 228 pessoas a bordo desaparece dos radares

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O avião já devia ter aterrado no aeroporto Charles de Gaulle Philippe Wojazer/Reuters

A mensagem referente ao curto-circuito foi enviada às 03h14 (hora de Lisboa) e o avião já estaria "muito avançado no Atlântico" quando desapareceu dos radares, disse fonte da Força Aérea Brasileira. O Brasil já iniciou buscas na sua costa.

Já não há "nenhuma esperança" para o voo Rio-Paris, disse à agência de notícias francesa um responsável aeroportuário em Paris. "Neste momento o avião já teria acabado as suas reservas de combustível, por isso, infelizmente temos de colocar o cenário mais trágico", disse à Reuters Jean-Louis Borloo, membro do Governo.

A Força Aérea do Brasil confirmou entretanto que já começou à procura do avião. Henry Wilson, um porta-voz, disse à Reuters que aviões tinham partido da ilha de Fernando de Noronha, ao largo da costa nordeste do país. Ao início da tarde, um avião militar francês estacionado em Dacar, no Senegal, partiu também para a zona, a fim de colaborar nas buscas.

O Airbus 330-200 desapareceu dos radares, incluindo dos militares, quando sobrevoava o oceano Atlântico - o avião deveria ter chegado ao aeroporto Roissy Charles de Gaulle pelas 11h00 (10h00 em Lisboa). Terá sido na zona da ilha Fernando de Noronha, a 345 quilómetros do estado do Ceará, que desapareceu dos radares, pelas 7h00 (hora portuguesa).

“A Air France lamenta anunciar que está sem notícias do voo AF 447 que efectua a ligação Rio-Paris com 216 passageiros a bordo e partilha a emoção e a inquietação das famílias envolvidas”, disse à AFP uma porta-voz da companhia aérea.

Foi já aberto um gabinete de crise no aeroporto de Roissy, em Paris, onde está o secretário de Estado dos Transportes, Dominique Bussereau. "A inquietação é muito grande em Roissy. O avião desapareceu dos ecrãs de controlo há várias horas. Pode tratar-se de uma avaria das comunicações, mas este género de avarias é muito raro e o avião não aterrou como previsto às 11h10 [10h10, hora portuguesa]", disse à AFP uma fonte aeroportuária.

A secretaria de Estado das Comunidades portuguesa informou entretanto que já está em contacto com as autoridades brasileiras e francesas para averiguar se estariam portugueses a bordo. Foram abertos dois números de telefone de urgência para as famílias: um número verde para ligar a partir de França (0 800 800 812) e outro para o estrangeiro (00 33 1 57 02 10 55).

Cinco italianos estavam a bordo, noticiou já a agência italiana Ansa. O Governo marroquino confirmou também que três cidadãos nacionais (dois homens e uma mulher) seguiam a bordo.

Notícia actualizada às 14h51
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