Desengane-se quem esperar deste filme o vulgar de Lineu do documentário biográfico certinho que vai do ponto A ao ponto B - não é isso que Steven Sebring, fotógrafo de moda sem a mínima experiência prévia de realização, quis fazer. "Dream of Life" é muito mais uma espécie de janela aberta para o mundo de Patti Smith, como quem está de fora a olhar para dentro e a tentar fazer sentido de tudo o que lhe vai na cabeça - e talvez não pudesse ser de outra maneira, quando sabemos que Sebring acumulou material rodado durante dez anos. E ainda bem que assim é, porque a chave de "Dream of Life" é o seu impressionismo visual, o encadeamento quase aleatório de imagens e sons que atravessa o filme e que constrói um retrato bem mais completo de Patti Smith do que seria possível dentro de um quadro de referências mais convencional. Isso é, ao mesmo tempo, a grande força do filme - que chega por "portas travessas" à essência do seu tema - e a sua fraqueza - porque faz de "Dream of Life" uma espécie de "home movie" para amigos. Mas, em qualquer dos casos, convirá não perdermos de vista um belíssimo filme-ensaio.
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