É tentador olhar para "RevolutionaryRoad" como um regresso ao olímpicoamor de DiCaprio e Winslet em"Titanic". Como se disséssemos (enão acreditamos que Sam Mendes,ao adaptar o romance de RichardYates, não tenha pensado nisto)"vejam ao que eles chegaram", o quesobrou foi isto (aquela cena deWinslet e do amante dentro do carro,a mão dele no vidro durante oorgasmo, não estará a piscar o olho àcena dela em "Titanic", a mão delano vidro do carro, durante oorgasmo?). Eles cresceram, os corposaumentaram, mas Winslet ficou comas arestas (é uma imagem...) afiadas,sedimentou nela uma secura, umaessencialidade qualquer, enquanto otalento de DiCaprio é coisa maisgelatinosa, sem forma definida. E oproblema é: DiCaprio não parecemarido de Winslet em"Revolutionary Road" (nemacreditamos que ele teve sexo com acolega de escritório - ela sim, teve,provavelmente sozinha). O filmecomeça por falha aí, no "casting".
Depois, Sam Mendes não tem cinemapara a crueldade e desesperança dolivro de Yates: refugia-se no (seu)teatrinho. O que é o mesmo que,naquele casal, ser DiCaprio, nãoquerer arriscar Paris, não estar àaltura da ruptura procurada porWinslet.