"Os Mutantes" segue o percurso de Andreia, Pedro e Ricardo, adolescentes que não conseguem habitar nenhum espaço, nem o da instituição para jovens difíceis que lhes foi determinada nem o seu próprio corpo. Por isso o filme se descentra, dispara para vários sítios para responder a essa deslocação que arde nos olhos das personagens; por isso as imagens tingem-se de cor, por isso os pesadelos, coisa exclusiva, são atirados para a frente. O que arde neste filme é um desejo selvagem de ruptura. Rasgou-se o romantismo magoado do cinema de Teresa Villaverde ("A Idade Maior" e "Três Irmãos") e esse desejo de sangue e gritos tem o seu momento mais impressionante numa longa sequência de um parto com dor. É um filme impressionante e arriscado.
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