Portugueses usam mais dados de meteorologia e 100 mil têm apps do IPMA

População recorre mais às tecnologias para saber se faz chuva ou faz sol.

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A praia de São João, na Costa da Caparica, não teve ontem grande afluência de veraneantes Enric Vives-Rubio

"A primeira coisa que demonstra o interesse [dos portugueses] é o número de utilizadores das nossas apps [aplicações informáticas] e, neste momento, temos mais de 100 mil pessoas que fizeram downloads”, disse esta segunda-feira Pedro Viterbo, director de Meteorologia e Geofísica do IPMA.

Por outro lado, os contactos dos cidadãos para o IPMA a pedir as previsões do estado do tempo através do telefone "tenderam a diminuir".

"Até há poucas semanas tínhamos mais detalhe nas apps do que na página [na internet do IPMA], mas, neste momento, a nossa página tem todo o detalhe temporal que as apps têm", explicou Pedro Viterbo que falava a propósito do Dia Mundial da Meteorologia que se assinala esta segunda-feira.

Não foi só o canal utilizado para distribuir a informação que mudou, a especificidade dos dados e a actualidade também têm vindo a evoluir, e o acesso tem melhorado, devido às novas tecnologias e ao conhecimento nesta área.

"Provavelmente o excesso de informação [sobre as condições do tempo] pode atemorizar, mas rapidamente as pessoas se habituam", garante o especialista.

Para qualquer informação, "até aos primeiros três dias, temos hora a hora, do ponto de vista de vento, temperatura, precipitação", salientou Pedro Viterbo, acrescentando que para os dados da agitação marítima nos dois primeiros dias a periodicidade é a mesma: hora a hora.

Em alguns sectores, como a agricultura, a aviação ou a saúde, a informação meteorológica é decisiva para o planeamento da actividade e o IPMA tem tido essa tarefa ao longo dos anos.

A primeira app do IPMA tem um cariz genérico, mas no futuro a intenção é apostar em aplicações específicas para os sectores e Pedro Viterbo refere o exemplo da agricultura ou da saúde.

Actualmente, o instituto fornece vários dados à Direcção Geral de Saúde, "mas alguma dessa informação poderia ser útil para o público, uma possibilidade que terá de ser concertada" com as autoridades de saúde.

Dados sobre a presença de ozono troposférico, na primavera e no verão, porque contribui para a qualidade do ar, ou sobre períodos de vários dias de temperatura fria ou quente, ou ondas de frio e de calor, são exemplos de informação relevante.

"Neste momento, os médicos já têm um canal próprio para a gestão dos próximos dias. Uma situação de frio significa mais consultas nas unidades de saúde primárias", salientou Pedro Viterbo.

Para obter a informação genérica, o IPMA tem, pelo menos, uma estação de monitorização por concelho, mas, principalmente no litoral podem ser mais e as praias são alvo de observações específicas.

No âmbito da app genérica, são mais de 400 os pontos de recolha de informação, ou estações, instalados em Portugal continental, além daqueles existentes na Madeira e Açores.