Portugal é o segundo país a pedir mais dados ao Google por utilizador de Internet
A Electronic Frontier Foundation dividiu os utilizadores do Google sobre quem as autoridades pediram informação pela população da Internet e Portugal tem o segundo rácio mais elevado.
O cálculo foi apresentado nesta quinta-feira pela Electronic Frontier Foundation, uma organização não-lucrativa de defesa das liberdades online.
Em primeiro lugar estão os EUA, responsáveis por pedidos de dados para um total de 54.372 contas de utilizadores do Google, o que dá 22,2 contas por 100 mil utilizadores de Internet. No caso português, o rácio é de 17,6 contas por 100 mil utilizadores. Os dados são compilados recorrendo aos relatórios semestrais que o Google publica em relação aos pedidos que recebe das autoridades de cada país, tanto para a obtenção de dados, como para a remoção de conteúdos.
Depois de Portugal, surgem na lista da Electronic Frontier Foundation Hong Kong, Singapura, França e Reino Unido. As diferenças entre os países podem ser explicadas não apenas pela actividade das respectivas autoridades, mas também pela popularidade que os serviços do Google tenham nesses territórios – num país onde os serviços do Google são mais populares, é mais provável haver pedidos de autoridades relativos a contas de utilizadores.
Os dados disponibilizados pela empresa para Portugal mostram um crescimento do número de pedidos de informação sobre utilizadores desde Julho de 2009, altura a partir da qual o Google fornece a informação. No segundo semestre daquele ano, as autoridades fizeram 45 pedidos de dados (um pedido pode visar mais do que uma conta e só a partir de Janeiro de 2011 o Google passou a indicar o número de contas visadas). Os dados mais recentes, do semestre passado, apontam 200 pedidos, totalizando 278 contas.
A maioria dos pedidos acaba por não resultar na entrega de dados. Em Portugal, desde Janeiro de 2011, o Google acabou a entregar informação em pouco mais de 30% dos casos. Os dados podem ser pedidos por tribunais, agências governamentais e outras autoridades, consoante as leis de cada país.