O grupo, que está aberto à entrada de outras marcas, vai criar tecnologia para disponibilizar serviços online no carro e para permitir a integração entre os automóveis e os tablets e telemóveis Android do condutor e passageiros. As empresas envolvidas parecem reconhecer que o hábito de enviar mensagens, fazer pesquisas e consultar o email ou o Facebook enquanto se conduz é um problema: "Os condutores já estão a tentar aceder a serviços móveis quando estão na estrada, mas nem sempre de forma integrada ou segura", lê-se no site do consórcio, onde se explica que o objectivo é proporcionar estes serviços sem que a atenção seja desviada da estrada.

A iniciativa assemelha-se à Open Handset Alliance, o consórcio de empresas tecnológicas criado pela Google em 2007 e que é responsável pelo Android. Foi formado com a ideia de disponibilizar um sistema operativo para telemóveis que pudesse ser usado por qualquer empresa. Depois de um arranque tímido, o Android acabou por se tornar a plataforma mais popular no mercado, tanto em telemóveis como em tablets.

O anúncio da Open Automotive Alliance foi feito nesta segunda-feira, a coincidir com o arranque da feira de tecnologia Consumer Electronic Show (CES), em Las Vegas, que é o evento mais relevante no sector da electrónica de consumo. Oficialmente, a CES começa nesta terça-feira, mas a véspera é tradicionalmente usada por várias empresas para apresentar novidades.

Na feira, são habitualmente apresentado produtos que as marcas esperam que se tornem tendências de consumo, embora isso nem sempre aconteça. Em 2010, por exemplo, os fabricantes de computadores tentaram promover o conceito de smartbook, uma espécie de híbrido de computador e telemóvel, que acabou esquecido quando a Apple lançou, nesse ano, o primeiro iPad.

Tal como já aconteceu nos anos recentes, os fabricantes automóveis estarão presentes na CES. De acordo com a organização, a edição de 2014 conta com um número-recorde de marcas automóveis, onde se incluem a BMW, Audi, Ford e Mercedes.

Por um lado, os fabricantes têm tornado os carros mais compatíveis com os equipamentos pessoais que se tornaram omnipresentes e têm também criado funcionalidades para aproveitar o potencial de uma ligação à Internet. Por outro, estão a usar tecnologia para disponibilizar vários tipos de sistemas de assistência à condução ou mesmo para desenvolver carros capazes de se conduzirem sozinhos – uma inovação que as marcas esperam trazer para o mercado algures em torno do final desta década.