Google criticado por dois jogos que simulavam ataques a Gaza

Numa altura em que no conflito entre Israel e o Hamas já morreram mais de 1800 pessoas, os jogos foram condenados e acabaram por ser retirados.

Uma das imagens de apresentação do jogo Bomb Gaza
Fotogaleria
Uma das imagens de apresentação do jogo Bomb Gaza Google Play
Os jogadores eram desafiados a atacar elementos do Hamas
Fotogaleria
Os jogadores eram desafiados a atacar elementos do Hamas Google Play

Em Bomb Gaza, os jogadores assumem o papel de militares israelitas que lançam ataques a Gaza, sob a indicação de “largar bombas e evitar matar civis”, como se podia ler na apresentação da aplicação no Google Play. Sempre que o jogador lançava bombas sobre elementos do Hamas ganhava pontos.

Descarregado mais de mil vezes, Bomb Gaza foi lançado no dia 29 de Julho. O jogo retrata a realidade actual em Gaza, onde um sangrento conflito entre Israel e o Hamas parece estar longe de chegar um período de tréguas. Mais de 1800 palestinianos e pelo menos 64 militares israelitas morreram, segundo um recente balanço.

Gaza Assult: Code Red desafiava os jogadores a garantir a segurança em Gaza, através do controlo de um avião não tripulado israelita que possui armamento destruidor.

As críticas aos jogos surgiram pouco depois do seu lançamento na própria página do Google Play e também nas redes sociais, dividindo-se entre os que condenam o Google por disponibilizar aplicações como estas e os que defendem as posições israelitas.

Iqra Iqbal considerou, por exemplo, que o jogo Bomb Gaza é uma “violação dos direitos humanos”. “Os meus queridos irmãos e irmãs estão a morrer em Gaza e alguns estúpidos ignorantes decidiram fazer um jogo como este”, lamentou na página onde se podia descarregar o jogo, segundo o The Guardian.

Saadat Ali deixou um desafio a outros que como ele ficaram “enojados” com o jogo: classificar Bomb Gaza como “inapropriado”.

O Google retirou ambos os jogos mas recusou-se a comentar as críticas que lhe foram feitas. “Removemos as aplicações do Google Play que violam as nossas políticas”, disse apenas um porta-voz da empresa, sem indicar que regras foram violadas.

Sugerir correcção
Comentar