Easyjet pronta a testar novo radar para evitar nuvens de cinzas vulcânicas

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Tecnologia vai permitir localizar cinzas a 100 quilómetros

De acordo com a Easyjet, numa nota publicada exactamente um ano depois de o espaço aéreo europeu ter sido encerrado cinco dias, o novo sistema chama-se AVOID (Volcanic Airborne Object Identifier and Detector).

“Criado por Fred Prata do Instituto Norueguês de Pesquisa do Ar, o AVOID inclui uma tecnologia de infravermelhos instalada nas aeronaves de forma a fornecer imagens aos pilotos e em simultâneo ao centro de controlo de voos da companhia aérea”, adianta a companhia low-cost.

As imagens permitirão que os pilotos localizem cinzas vulcânicas a distâncias de até 100 quilómetros e entre os 5.000 e 50.000 metros de altitude.

O novo radar é muito semelhante aos radares de clima habitualmente usados nos aviões comerciais e permite aos pilotos - depois de receberem os dados com antecedência - fazer ajustes durante o voo de forma a evitar qualquer nuvem de cinzas.

Por outro lado, a informação recolhida a partir das aeronaves com tecnologia de AVOID poderá ser usada para construir uma imagem exacta da nuvem de cinza vulcânica utilizando dados em tempo real. A Easyjet considera que “sem esta tecnologia, seria necessário fechar o espaço aéreo durante uma erupção vulcânica”, com as já conhecidas consequências para os passageiros e companhias aéreas.

A Easyjet, que deverá começar a testar o AVOID “nos próximos meses”, anunciou que vai tentar obter a certificação da tecnologia pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação, além de ter pedido financiamento à Comissão Europeia para apoiar o seu desenvolvimento.

A companhia acredita que, se 100 aviões (20 dos quais seriam EasyJet) em toda a Europa estiverem equipados com equipamentos AVOID, isso dará uma cobertura global do continente, permitindo que as companhias aéreas forneçam informações às autoridades para apoiar e iniciar o processo de medidas a seguir após a erupção de um vulcão, como foi o caso do Eyjafjallajökull em 2010.

A crise da nuvem de cinzas vulcânicas obrigou ao cancelamento de 100 mil voos, levando as companhias aéreas a estimar perdas superiores a 1300 milhões de euros, com muitas delas a criticarem o comportamento das autoridades aeronáuticas europeias.