Duas dicas para os utilizadores do Facebook
Geralmente costumo escolher temas que possam ser úteis a quase toda a gente. Hoje, contudo, gostaria de dar duas dicas cujo interesse está limitado exclusivamente a um grupo: os 1100 milhões de utilizadores do Facebook.
Ora bem, fui ver a minha e encontrei a mesma coisa: estava cheiinha de mensagens, a maior parte delas agora já muito antigas e irrelevantes, que teriam sido importantes para mim se eu soubesse que existiam: convites para palestras; convites sociais; mensagens de parabéns, de antigos patrões, de amigos da escola de há 20 e 40 anos.
Se não tiverem tempo para ler mais, aqui fica o essencial: vão à vossa página do Facebook e, no painel do lado esquerdo, cliquem em Mensagens. Aí, ao lado das palavras a negrito Caixa de Entrada, verão a palavra Outras em cinzento claro. Cliquem aí para verem onde se escondem as vossas mensagens. São capazes de ficar surpreendidos com as coisas importantes que lá têm estado à vossa espera. Muito surpreendidos mesmo.
Acontece que a pasta Outras faz parte do estranho programa de mensagens de um dólar do Facebook. Se tentarem enviar uma mensagem a alguém que não faz parte dos vossos amigos, aparece uma caixa de diálogo com duas opções: ou se paga um dólar ou a mensagem é condenada à tal pasta Outras.
Este programa talvez não seja tão descaradamente ganancioso como parece – o Facebook explica que se destina a eliminar mensagens indesejadas. Restringindo o tráfego destinado à Caixa de Entrada a mensagens de pessoas que conhecemos (e daquelas que pagaram um dólar), o Facebook está em mais condições de garantir que não recebemos lixo.
Está bem, mas, nesse caso, a pasta Outras não devia estar tão escondida. Não recebemos nenhum tipo de alerta nem de notificação quando lá entram novas mensagens. E, como agora sabemos, são precisos dois cliques informados para a descobrir.
E é por isso que, provavelmente, nem sequer sabiam que a vossa pasta Outras existia. E porque é que ela pode estar cheia de mensagens que nunca viram.
Já que estamos a falar de segredos do Facebook, eis outra informação que talvez seja útil.
De cada vez que se publica uma actualização sobre a nossa vida, um proeminente menu de contexto ao lado do botão Publicar permite-nos especificar uma definição de privacidade para o que escrevemos: Público, Amigos, Apenas eu, Personalizado, etc. Ou seja, podemos assim controlar quem pode ver a nossa publicação.
O que talvez não saibam, porém, é que esse menu é “pegajoso”. Seja qual for a definição que escolhemos para essa publicação, ela aplicar-se-á, a partir de então, a todas as outras, a menos que voltemos a alterá-la.
Podemos, por exemplo, definir hoje a opção de privacidade Amigos para uma publicação e descobrir, daqui a uns dias, que o público não viu nenhuma das nossas publicações seguintes, porque também elas estavam definidas para Amigos.
Não consegui encontrar maneira de corrigir este erro – alterar retroactivamente a definição de privacidade de uma publicação. Existe um pequeno menu de contexto no canto superior direito de qualquer publicação que se tenha feito, mas não disponibiliza nenhum comando relativo a definições de privacidade.
Depois de uma pequena pesquisa no Google, descobri a resposta e pensei partilhá-la convosco. À direita da data de uma publicação encontra-se um ícone cinzento claro, quase microscópico. Parece um globo minúsculo (para uma publicação Público), um par de silhuetas (para Amigos ou Amigos, excepto conhecidos, seja lá isso o que for), um cadeado (para Apenas eu), ou uma roda dentada (Personalizado).
Esse ícone pequenino é simultaneamente um indicador e um menu de contexto. Clique nele para alterar a definição “quem pode ver” de uma publicação, mesmo que já a tenha escrito há muito tempo. (Essa publicação não muda de lugar nas cronologias dos nossos seguidores, pelo que continuam a poder não a ver a menos que vão “escavar” o passado, mas este truque é bastante útil caso uma publicação que fizemos recentemente nos tenha dado muito trabalho.)
Sempre que nos queixamos de uma característica do Facebook, normalmente é possível, depois de respirarmos fundo, perceber o que é que quem as desenvolveu tinha em mente. Por regra, há uma razão compreensível subjacente. No caso da pasta Outras, ela destina-se a proteger-nos de spam ou outras mensagens de pessoas que querem algo de nós (recrutadores e relações públicas, por exemplo).
E, no caso do botãozinho de definições de privacidade, é reduzir o engarrafamento numa interface já de si bastante movimentada, o que talvez seja razoável para um controlo que não usamos muitas vezes.
Mas ele está lá, e agora já sabem como o encontrar. Não têm de quê.