Bruxelas aprova compra do WhatsApp pelo Facebook

Comissão Europeia diz que a concorrência é forte. Negócio ronda 15 mil milhões de euros.

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A compra foi anunciada em Fevereiro AFP

“A Comissão concluiu que o Facebook Messenger e o WhatsApp não são concorrentes próximos e que os consumidores vão continuar a ter após a transacção uma ampla escolha de aplicações de comunicação alternativas”, disse o regulador europeu, num comunicado emitido nesta sexta-feira. 

O documento nota que, embora este tipo de aplicações de comunicação se caracterizem pelo chamado efeito de rede – que determina que quanto mais pessoas tem uma rede, mais valor esta tem e mais atractiva se torna para outras pessoas –, o Facebook continuará “a enfrentar concorrência suficiente”.

A rede social anunciou em Fevereiro ter chegado a um acordo de compra do WhatsApp, por 19 mil milhões de dólares (cerca de 15 mil milhões de euros, ao câmbio actual), quatro milhões dos quais pagos em dinheiro e o restante em acções. O negócio surpreendeu pelo preço. O serviço de fotografias Instagram, por exemplo, tinha já sido comprado pelo Facebook por uma quantia muito menor, de 747 milhões de dólares.

A Comissão analisou o impacto da compra na área das aplicações de comunicação, das redes sociais online e da publicidade digital.
No parecer, o regulador diz que o Facebook Messenger é usado de forma diferente do WhatsApp, que os utilizadores tendem a recorrer a várias aplicações deste género e que o mercado é “dinâmico”, com várias alternativas, entre as quais o Viber e o Google Hangouts.

Segundo a Comissão, houve partes interessadas, e que podem pronunciar-se neste tipo de processos, a argumentar que o WhatsApp poderia ser considerado uma rede social. Esta foi, porém, um argumento com o qual o regulador não concordou: “As duas partes são, quando muito, concorrentes distantes nesta área, dada a experiência substancialmente mais rica oferecida pelo Facebook”.

Já no que diz respeito à publicidade, os responsáveis pela concorrência na União Europeia afirmaram que mesmo que a rede social venha a colocar anúncios no WhatsApp, ou venha a utilizar os dados dos utilizadores desta aplicação, continuará a existir “uma grande quantidade de dados de utilizadores da Internet que são valiosos para fins publicitários e que não estão sob controlo do Facebook”.

 

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