Na terça-feira, as acções no mercado da empresa de tecnologia fechavam a cerca de 122 dólares (108 euros) cada uma, tornando a Apple na primeira empresa norte-americana a atingir um valor de mercado acima dos 700 mil milhões, muito acima, por exemplo, da líder petrolífera Exxon Mobil, avaliada em cerca de 380 mil milhões de dólares (335 mil milhões de euros).

Com a fasquia tão elevada, o CEO da Apple foi questionado sobre se a empresa conseguirá manter-se na liderança e durante quanto tempo. No final de Janeiro, foi anunciado mais um recorde financeiro no trimestre anterior para a empresa. A facturação totalizou 74.600 milhões de dólares (65.800 milhões de euros), mais 30% do que no mesmo trimestre de 2013, e o lucro ascendeu a 18 mil milhões de dólares (15.800 milhões de euros), uma subida de 38%. A resposta de Cook surgiu à margem de uma conferência de tecnologia da Goldman Sachs em São Francisco.

"Não acreditamos em leis como as leis dos grandes números. Esta é uma espécie de dogma antigo que foi inventado por alguém", atirou o CEO. "Steve [Jobs, co-fundador da Apple] fez muitas coisas por nós ao longo de muitos anos e uma das coisas que nos incutiu é que colocar limites no seu pensamento nunca foi bom."

A não existência de limites para a Apple é mostrada esta quarta-feira com o anúncio de um investimento de 850 milhões de dólares (750 milhões de euros) na criação de uma central de energia solar na Califórnia, onde a empresa tem a sua sede. O objectivo é alimentar as suas actuais instalações, o Apple Campus 2 ainda em construção e as mais de 50 lojas que a empresa tem naquele estado. "Estamos a fazê-lo porque é a coisa certa a fazer", disse Cook, acrescentando que o projecto vai permitir "poupanças muito significativas" nos custos de energia assumidos pela Apple.

Para o projecto a Apple estabeleceu uma parceria com a First Solar, uma empresa especializada no fabrico de painéis solares e construção de centrais. "Na Apple sabemos que as alterações climáticas são um problema real. Já ultrapassámos o momento de falar, agora é preciso actuar”, rematou Tim Cook.