Três jovens nas urgências de Beja por consumo de “drogas legais”

Jovens com idades entre os 13 e os 15 anos foram encontradas em “muito mau estado” após consumirem susbstâncias adquiridas numa smartshop. Loja já tinha sido encerrada pela ASAE.

Foto
As três jovens estão em situação clínica “estável” Adriano Miranda

Três jovens com idades entre os 13 e os 15 anos deram entrada nesta sexta-feira no Serviço de Urgência do Hospital de Beja depois de terem consumido produtos perigosos adquiridos numa smartshop da cidade.

Um residente em Beja que assistiu as jovens disse que tanto ele como outras pessoas ficaram “perturbados” quando as viram “em muito mau estado”, pedindo ajuda a quem passava na Rua Cidade de S. Paulo, cerca das 17h. Uma sua vizinha informou-o que as jovens tinham ingerido “porcarias” compradas numa loja que vende as chamadas “drogas legais” localizada num centro comercial próximo do local onde as adolescentes foram encontradas.

Graça Fortunas, porta-voz do Hospital de Beja, adiantou ao PÚBLICO que a situação clínica das jovens “é estável” e que se encontram em observação na unidade de Pediatria. Explicou ainda que não é a primeira vez que surgem no Serviço de Urgência jovens intoxicados com o mesmo tipo de substâncias e com o mesmo tipo de sintomatologia.

As três jovens frequentam uma escola secundária de Beja. No estabelecimento de ensino são frequentes casos de consumo de produtos adquiridos na smartshop, que já foi fechada após denúncia e a consequente intervenção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Mário Simões, deputado do PSD na Assembleia da República eleito pelo círculo de Beja, revelou ao PÚBLICO que já foi alertado por vários pais pedindo-lhe que o estabelecimento fosse encerrado, o que efectivamente aconteceu. No entanto, voltou a abrir e as consequências estão a alarmar a cidade.

O deputado adiantou que já foi apresentado na Assembleia da República um diploma legal para “limitar o uso deste tipo de substâncias, mas ainda não desceu à especialidade, frisando que “ é difícil estabelecer uma fronteira” entre o que pode ser vendido e o que pode ser proibido.

Mário Simões reconhece que esta “é uma matéria que está a deixar a comunidade alarmada” e apela aos pais para alertarem as autoridades sempre que surjam mais casos como os que vitimaram as três adolescentes.

 

 

Sugerir correcção
Comentar