Taxistas fazem marcha lenta em Lisboa
Concentração está marcada para as 10h no Parque das Nações e segue para o Ministério da Saúde. Regras do transporte de doentes não urgentes são o principal motivo do protesto.
Convocada pela Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), a marcha lenta pretende mostrar o desagrado perante as decisões do Governo, nomeadamente as alterações nos contratos do serviço de transporte de doentes não urgentes.
A concentração dos taxistas está marcada para as 10h00, junto à parte norte da Expo, em Lisboa, esperando-se que, na marcha lenta, sigam cerca de quatro mil táxis em direcção ao Ministério da Saúde.
Florêncio Almeida (ANTRAL) e Carlos Ramos (FPT) acusam os Ministérios da Saúde e da Economia de transferirem o serviço para as corporações dos bombeiros, “mais caro para o Estado e para os utentes”, e de deixarem os taxistas, sobretudo os do interior do país, em “grandes dificuldades”, com alguns a terem de apresentar insolvência.
O presidente da ANTRAL criticou ainda o facto de o transporte de crianças estar a ser assegurado pelos bombeiros, referindo que as justificações de que o serviço é mais barato e permite ao Estado poupar são uma “mentira”.
Sem qualquer abertura de diálogo por parte do Governo, segundo os responsáveis, as associações reclamam a participação do sector nos concursos públicos para, asseguram, provar que “o transporte nos táxis tem mais condições e sai mais barato”.
A isenção dos registos dos tempos de trabalho e de descanso e a manutenção da regulamentação do sector são outros dos assuntos que motivam o protesto.
Os taxistas já tinham feito um protesto relacionado com os mesmos temas em Julho e chegaram a ter uma paralisação marcada para Setembro mas que foi depois cancelada.
As alterações no transporte de doentes não urgentes decorrem de uma portaria do Ministério de Saúde publicada em Maio de 2012 e que retirava também a exclusividade deste serviço às ambulâncias e aos táxis, passando a permitir que os veículos até nove lugares, após formação do motorista, também o possam fazer. Este ponto da portaria foi, entretanto, suspenso para ser revisto.