Risco de pobreza ameaça 38,3% dos desempregados

População em risco de pobreza teve uma ligeira redução em 2011.

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A linha de pobreza caiu para 416 euros mensais. Manuel Roberto

As famílias com crianças dependentes foram outro dos grupos que viram a taxa de risco de pobreza aumentar naquele ano. Era de 20,4%, mais 0,3 pontos percentuais do que no ano anterior e mais 2,5 pontos percentuais do que a população em geral.

À semelhança dos anos anteriores, as taxas de risco de pobreza mais elevada incidiam sobre os agregados constituídos por dois adultos com três ou mais crianças dependentes: 41,2%. Do lado aposto, os agregados constituídos por três ou mais adultos sem crianças dependentes apresentavam a taxa de risco de pobreza mais baixa (10,1%).

Em termos gerais, o INE sustenta que a população em risco de pobreza diminuiu ligeiramente em 2011, para os 17,9%. Mas tal diminuição afigura-se meramente estatística, dado que a taxa é apurada atendendo à mediana do rendimento liquido por adulto e esta registou uma diminuição. Consequentemente, a linha de pobreza relativa (que corresponde a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos líquidos) reduziu-se dos 421 para os 416 euros mensais.

Os dados do INE permitem concluir que mais de 1,8 milhões de pessoas estavam em risco de pobreza e,  se não fossem as transferências sociais, o problema seria ainda mais grave.

Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e as transferências privadas, 45,4% da população estaria em risco de pobreza (42,5% em 2010). Mas as prestações por doença, incapacidade, desemprego, abono de família ou o rendimento social de inserção colocam a taxa de risco de pobreza nos 17,9%.

Porém, alerta o INE, “globalmente o contributo das transferências sociais para a redução do risco de pobreza em 2011 foi ligeiramente inferior ao observado no ano anterior (7,3 pontos percentuais face a 7,4 pontos percentuais)”.

As estatísticas mostram ainda que a distância entre os mais ricos e os mais pobres continuou a aumentar. O Coeficiente de Gini – o indicador que mede a assimetria na distribuição do rendimento – passou para 34,5% (era de 34,2% em 2010 e 33,7% em 2009).

 

 
 
 
 

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