Ricardo Salgado testemunha voluntariamente no caso Monte Branco

O banqueiro esteve terça-feira no DCIAP a prestar declarações, confirmou um representante de Ricardo Salgado.

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Ricardo Salgado foi constituído arguido no processo Monte Branco enric vives-rubio

O mesmo responsável explicou que "na sequência de uma vaga de notícias, baseadas em rumores especulativos, recentemente veiculadas por alguns órgãos de comunicação social, informa-se que o dr. Ricardo Salgado se prontificou voluntariamente a prestar os esclarecimentos que fossem considerados necessários pelas autoridades com vista ao cabal esclarecimento dos factos".

Assim, adiantou que Ricardo Salgado esteve terça-feira a prestar "declarações voluntárias ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) na qualidade de testemunha, não tendo conhecimento da necessidade de outras diligências". O representante do banqueiro qualificou a decisão de testemunhar como "um acto do dr. Ricardo Salgado enquanto cidadão e não na qualidade de presidente da Comissão Executiva do BES". 

Em Julho passado, o BESI foi alvo de buscas que se estenderam ainda à Caixa BI, no quadro da Operação Monte Branco, um processo relacionado com os crimes de fraude fiscal e de branqueamento de capitais. Segundo foi então revelado pelos investigadores, "o  DCIAP pretende esclarecer e investigar a intervenção e conduta de alguns dos assessores financeiros do Estado nos processos de privatização da REN e EDP".

Na altura, explicaram, que "não está em causa o sentido da decisão final assumida naquelas privatizações mas tão-só a investigação criminal de condutas concretas de alguns intervenientes naqueles dossiers." Em causa estariam, designadamente, alegadas irregularidades associadas aos contratos da privatização da EDP e da REN, envolvendo, por exemplo, suspeitas de tráfico de influências e abuso de informação. Ricardo Salgado e o presidente do BESI foram também alvo de escutas durante o período em que decorreram as averiguações policiais. 

A operação Monte Branco foi conhecida em Junho de 2011, depois dos investigadores terem reconstruído o circuito financeiro entre gestores de fortunas suíços e os seus clientes portugueses, relacionando com a utilização de contas de Francisco Franco Canas [preso preventivamente], em particular junto do BPN IFI.

Factos apurados no quadro da investigação ao BPN, por via da prevenção do branqueamento de capitais, permitiu reconstruir os fluxos financeiros, desde 2006, que corriam através da conta BPN IFI. Os movimentos seriam de cerca de 200 milhões de euros. A operação envolveu mais de 30 mandados de busca, tendo sido apreendidos 450 mil euros. 

 

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