Portugueses pouco satisfeitos com a vida, revela OCDE
A nova versão, que é apresentada nesta terça-feira em Paris, inclui mais informação sobre o que separa os homens e as mulheres e os ricos e os pobres. Neste dois novos campos, Portugal destaca-se pelo “considerável fosso” entre ricos e pobres e por ter uma das mais significativas diferenças no que se refere à distribuição de tarefas domésticas com os homens a trabalhar um terço do que trabalham as mulheres.
Na lista geral dos 36 países e considerando os 11 indicadores, Portugal fica-se pelo 29.º lugar. O pior resultado é mesmo no capítulo da “satisfação com a vida” onde nos encontramos na 35.º posição. Pode consultar os dados referentes a Portugal clicando aqui.
As estatísticas sobre o desemprego, a saúde, a segurança, a educação e o ambiente não mudaram muito desde a publicação, no ano passado, do primeiro relatório Your Better Life Index. Ainda assim em alguns dos 11 capítulos do índice da OCDE há mais dados a acrescentar. Recordando que 66% da população entre os 15 e os 64 anos está empregada e que estes valores estão na média da OCDE, desta vez o documento faz uma referência especial aos jovens portugueses, entre os 15 e 25 anos que “estão a enfrentar dificuldades, com uma taxa de desemprego de 22,3 % comparada com a média da OCDE de 16,7%”.
Neste capítulo refere-se ainda que 5,6% da população está desempregada há um ano ou mais ainda, sublinhando-se que este valor é bastante mais elevado do que a média da OCDE que se fica pelos 3%.
Pouca divisão de tarefas
No indicador que diz respeito ao “equilíbrio entre a vida familiar e profissional”, o relatório nota que Portugal, quando comparado com os outros países, apresenta uma das maiores diferenças entre homens e mulheres na divisão de tarefas domésticas.
“Os homens em Portugal dedicam 96 minutos por dia para cozinhar, limpar ou cuidar de crianças, menos do que a média da OCDE de 131 minutos, e menos de um terço do que as mulheres portuguesas que passam 328 minutos por dia em trabalhos domésticos”, refere o índice.
No capítulo dos rendimentos, o relatório faz apenas um ajuste no valor médio anual por agregado familiar (passando os anteriores 18.540 dólares americanos para 18.689, ou seja, de 14.507 para 14.625) mas sublinha o facto de termos 20% da população rica a ganhar seis vezes mais do que os 20% mais pobres.
Um dos pontos fracos de Portugal evidenciado no anterior relatório é a baixa percentagem (30%) de pessoas entre os 25 e 64 anos que têm o ensino secundário completo e que fica muito aquém da média de 74% registada nos outros países.
Porém, ao contrário dos outros países, temos mais mulheres do que homens com este nível de ensino.