Portugal obrigado a “importar” padres de Brasil e Angola

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Portugal está a "importar" padres Adriano Miranda

“Na Igreja sempre houve esta partilha. Houve a partilha de cá para lá, a evangelização feita pelos europeus e, agora, de facto, há esta partilha de lá para cá”, explicou Virgílio Antunes, que é bispo de Coimbra.

O prelado constatou que “é um facto que a Igreja Católica em Portugal tem trazido muitos sacerdotes e inclusivamente religiosos de diversos países de África e da América”, mas sublinhou que esta não é a "receita".

“A Igreja em Portugal tem de gerar as vocações de que tem necessidade, naturalmente sem fechar as portas a tudo aquilo que são ajudas externas, que é a forma de a Igreja viver a comunhão e a partilha”, sustentou.

O bispo frisou que esta é uma solução “temporária”, até porque “há uma diferença de culturas, de cultura humana muitíssimo grande que causa, em muitos casos, grandes dificuldades”, uma vez que “a linguagem não é exactamente a mesma, os termos não significam exactamente a mesma coisa”.

A poucos dias do início da 50.ª semana das Vocações, que é assinalada entre 14 a 21 de Abril, Virgílio Antunes admitiu que “a Igreja não tem conseguido [ter] esta capacidade de mobilizar, mais em profundidade do que em quantidade”, numa sociedade “bastante individualista e materialista que tem muita dificuldade de se abrir a esta outra dimensão que é a leitura sobrenatural da realidade”.

Contudo, o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e dos Ministérios defendeu que a Igreja Católica “está conseguir reorganizar-se, mesmo com uma grande carência de sacerdotes”, através da criação de circunscrições que têm outra escala” e “envolvendo muito mais o laicado em tarefas que, antes, quando havia uma grande abundância de padres, estavam nas mãos dos padres”.

As declarações do bispo Virgílio Antunes foram realizadas à margem da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que reúne os bispos da Igreja Católica em Fátima até à próxima quinta-feira.