Polícias chamam celeste ao azul das novas fardas que vão custar 18 milhões
Consultora de programas televisivos de entretenimento contratada pela PSP estudou teoria da cor.
“A farda azul escura era demasiado marcial e pouco jovial”, observou esta quarta-feira o comissário João Moura ao apresentar ao ministro da Administração Interna o novo fardamento, que deverá substituir progressivamente o antigo entre 2015 e 2018, à razão de gastos da ordem dos seis milhões de euros anuais. João Moura adere sem reservas às teorias da influência da cor no comportamento humano: “O agente que veste este azul celeste é quase obrigado a sorrir”. E não tem dúvidas sobre “o impacto psicológico que causam nos prevaricadores” as fardas azuis escuras, que vão continuar a ser usadas pelos agentes dos corpos especiais de segurança, como a Polícia de Intervenção.
Na verdade, a nova tonalidade não é celeste, como lhe chama a PSP, mas sim ciano, um azul primário mais facilmente utilizável no tecido das fardas do que o tom cor de céu, explica a especialista contratada pela polícia, Alexandra Simões de Carvalho. A ideia, acrescenta, é arranjar fornecedores que possam fabricar vestuário mais durável por um preço idêntico ao actual. Miguel Macedo garante que as novas fardas não vão onerar os agentes, que viram recentemente aumentado o seu subsídio de fardamento.
Uma certa informalidade marca os novos trajes de serviço, com os pólos mais próximos do vestuário desportivo do que de uniformes policiais. Alexandra Simões de Carvalho conta como uma experiência feita na Baixa de Lisboa mostrou quão maior é a visibilidade deste novo azul: “Em Novembro passado tivemos uns agentes com a farda nova e outros com a antiga na Rua da Prata durante 45 minutos. As pessoas apenas se dirigiam aos que tinham fardamento novo”. As mudanças de imagem, que serão também aplicadas aos carros de serviço, incluem como detalhe uma pequena bandeira nacional estilizada. Já os coletes de identificação passam a ser amarelos.