PISA 2012 – uma perspectiva de futuro

Se por um lado esses são bons resultados, por outro evidenciam uma tendência de estabilização, num patamar que está ainda longe de ser satisfatório. Por isso, reforçam e justificam a necessidade das medidas que têm sido tomadas, visando promover a melhoria da qualidade da educação a todos os níveis.

Não podemos correr o risco de estagnação. É necessário progredir. Ambicionamos estar no grupo da frente, onde estão os países asiáticos mas também muitos países europeus como a Irlanda, Áustria, Alemanha, Bélgica ou Finlândia. É com esse objetivo que o Ministério da Educação e Ciência tem vindo a criar as condições para que todos os alunos tenham a possibilidade de se centrar na aprendizagem das disciplinas essenciais, reduzindo a dispersão curricular e reforçando a carga horária de Matemática, Português e Ciências; que, com base em padrões de rigor e de exigência, propuseram-se novas Metas Curriculares para os ensinos básico e secundário, as quais passaram a definir de forma objetiva os conhecimentos e as capacidades essenciais que os alunos devem adquirir em cada disciplina, nos diferentes anos de escolaridade ou ciclos, constituindo-se como referências fundamentais para o desenvolvimento do ensino conjuntamente com os programas.

No mesmo sentido, no âmbito da promoção do sucesso escolar e de combate ao abandono escolar, foi colocada especial ênfase na sinalização precoce aos alunos com dificuldades de aprendizagem, estabelecendo a obrigatoriedade de implementar medidas de prevenção do insucesso escolar desde o 1.º ciclo do ensino básico. Introduzimos também a avaliação externa em todos os ciclos de ensino, permitindo assim uma monitorização da aprendizagem do aluno ao longo de todo o seu percurso escolar.

Conscientes da importância do papel dos professores no desempenho dos alunos, estamos a promover um caminho de valorização da profissão docente, implementando a realização da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades, estabelecendo a obrigatoriedade de realização de exames do secundário a Português e a Matemática para acesso aos cursos de formação de docentes do ensino básico (1.º e 2.º ciclos), efetuando a revisão das habilitações para a docência, com reforço da componente científica das disciplinas que os professores irão ensinar, e alterando o quadro regulador da formação contínua, de modo a centrá-la no reforço e atualização dos conhecimentos dos professores nas suas áreas de docência.

Essas medidas vão ao encontro daquelas identificadas pelo relatório como características de muitos dos sistemas com maior sucesso: a aposta na qualidade da docência, através da seleção e formação de professores, o estabelecimento de metas claras, conjugadas com autonomia pedagógica na forma de as alcançar. Os resultados do PISA 2012 são, também por isso, um estímulo para que façamos mais e melhor. Para isso contamos também com escolas, professores e famílias, solidariamente comprometidos nas opções a tomar e nos resultados a atingir.

Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário. O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico.
 
 
 
 

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