Petroleiro "Prestige" já provocou maré negra de oito quilómetros
Transportando 77 mil toneladas de combustível, o petroleiro partiu da Letónia e dirigia-se para Gibraltar.
No local estão equipas de técnicos a tentar rebocar o navio para a costa. O "Prestige", construído no Japão em 1976, foi alvo da última fiscalização em 1999, altura em que foram detectadas algumas falhas, segundo o Governo espanhol.
O Ministério do Fomento espanhol já informou a Comissão Europeia e contactou as autoridades britânicas, francesas e holandesas para pedir ajuda nas operações.
A União Europeia foi hoje duramente criticada por ecologistas franceses pela sua "impotência" face às marés negras.
Gilles Gantelet, porta-voz da comissária europeia para os Transportes, Loyola de Palacio, comentou que as críticas da associação Robin dos Bosques são "escandalosas". "Graças à Europa, a segurança marítima está a melhorar bastante", disse.
No entanto, as medidas adoptadas a nível europeu depois do naufrágio do petroleiro "Erika", em 1999, devem ser transpostas para os Estados-membros, o que implica um atraso na sua entrada em vigor, lembrou.
Depois do acidente com o petroleiro, a UE decidiu criar uma lista negra de navios perigosos e de tornar obrigatório um controlo anual. Gantelet lembrou que a directiva deverá ser traduzida em direito nacional por todos os Estados-membros até Julho.
Além disso, a UE prevê a eliminação progressiva, até 2015, dos petroleiros com um único casco, como o "Prestige".
Uma outra directiva, que deverá ser transposta antes de Fevereiro de 2004, torna obrigatória a existência de caixas negras e dá poderes acrescidos aos Estados para intervir junto dos navios em perigo de naufrágio.
Em relação ao caso do "Prestige", uma fonte comunitária garantiu hoje que a Comissão Europeia vai pedir explicações ao Reino Unido sobre os controlos efectuados em Gibraltar.