PCP acusa Governo de provocar “caos nas urgências” com "política de saúde criminosa"

Foto
O Hospital de Guimarães não faz parte das unidades de referência para as doenças raras PÚBLICO/Arquivo

Num comunicado enviado à imprensa, o PCP defende um "urgente reforço de meios", nomeadamente "na contratação a tempo inteiro" de "médicos, enfermeiros e assistentes operacionais" para "garantir a resposta necessária e a defesa do SNS", contra "a política de saúde criminosa que este Governo tem protagonizado".

Os comunistas insurgem-se contra a utilização de "soluções precárias" como "a contratação de serviços a empresas", advertindo que "o caos verificado nas urgências de diversos hospitais" põe em causa "o direito à saúde" e "é consequência das políticas restritivas que têm vindo a ser implementadas".

"Este é o resultado de uma política que visa substituir a prestação de cuidados realizados pelo SNS pelo sector privado", critica o PCP.

O PCP aponta "o encerramento dos serviços de proximidade de cuidados de saúde primários", a "insuficiência da resposta por falta de meios" ou "a reestruturação da rede feita pelo Governo" como "factores que concorrem para uma situação que é grave durante todo o ano, mas que se faz sentir com maior dimensão em períodos críticos".

"Independentemente da resposta urgente que é indispensável adoptar, o anunciado levantamento de necessidades para os próximos dias pelo Ministério [da Saúde] não passa de uma despudorada campanha de propaganda, para tentar fugir às responsabilidades pela grave situação criada", acusam.

Neste contexto, os comunistas lançam um apelo às "populações e aos profissionais do sector para que lutem em defesa do seu direito constitucional à saúde" e "em defesa do SNS".

Na segunda-feira, o porta-voz do Amadora-Sintra disse à agência Lusa que o tempo de espera nas urgências do hospital voltou ao normal, depois de ter chegado a ser de 22 horas entre 25 e 27 de Dezembro.

No mesmo dia, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo pediu a vários hospitais para não enviarem pacientes para aquela unidade, que segundo o presidente do organismo recebeu "um número inusitado de doentes".

Entretanto, o Amadora-Sintra já foi autorizado a contratar "de imediato" dez médicos a empresas prestadoras de serviços, ou por ajuste directo, estando neste momento a administração a tentar resolver a falta de clínicos, dada a proximidade da passagem de ano.