O Banco Alimentar está na rua e Isabel Jonet espera que haja mais gente a dar

Campanha decorre este fim-de-semana nos supermercados e hipermercados de todo o país, onde mais de 38 mil voluntários estarão a recolher donativos.

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A campanha deste fim-de-semana é a última do ano do Banco Alimentar Enric Vivies-Rubio

Os números com que lida são elucidativos: à volta de 3% da população consome produtos angariados pelos 20 bancos alimentares contra a fome. Há um total de 2373 instituições que os repartem por 373.024 pessoas, através de cabazes ou de refeições servidas em creches, ateliers de tempos livres ou lares.

Estas campanhas representam cerca de 12% dos produtos angariados. Todos os dias, aos bancos alimentares chegam “excedentes da indústria, da agricultura, das cadeias de distribuição, dos mercados”. E é por isto que Isabel Jonet diz que o ideal é as pessoas doarem “produtos não perecíveis, como azeite, óleo, massa, arroz, latas de salsichas, latas de atum”, que podem ser distribuídos num prazo muito mais alargado.

Fora das campanhas, ali chegam produtos cuja imagem de marca mudou ou que estão em fim de prazo. E isso, aliado às campanhas, é que permitiu distribuir mais de 30 mil toneladas de alimentos no ano passado, a uma média de 120 toneladas por dia.

Este ano, há um número recorde de voluntários. Isabel Jonet espera semelhante reacção no lado de quem dá. “Não esperamos que as pessoas dêem mais, esperamos que haja mais pessoas a dar”, salienta. “Houve uma redução drástica do rendimento das famílias”, que se reflectiu num aumento de pedidos de ajuda.

Os desempregados, as crianças e os idosos são os mais vulneráveis. “Os portugueses sentem que a pobreza está mais perto” e a sensação de que a pobreza não é uma coisa que pode acontecer apenas aos outros talvez dê mais impulso à solidariedade.

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