Nuno Crato quer Inglês obrigatório no 1.º ciclo

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Nelson Garrido

“Temos de introduzir o Inglês no curriculo do ensino básico”, afirmou Nuno Crato durante a sessão solene de abertura do ano lectivo 2013-2014 do CNE, que decorreu em Lisboa, nas instalações daquele órgão consultivo do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

Nuno Crato explicou que o Inglês ainda não é obrigatório para os alunos do 1.º ciclo porque essa mudança no programa curricular terá “implicações no 2.º e no 3.º ciclos”.

Por isso, o ministro lançou um “repto” aos conselheiros do CNE para que pensem como deve ser introduzido o Inglês desde os primeiros anos de escola até ao final do 3.º ciclo: “Ajudem-nos a pensar como podermos desenvolver o Inglês nas escolas do 1.º ao 3.º ciclo”, pediu.

O anúncio da medida foi feito após uma forte crítica à recente polémica em torno da decisão do MEC em acabar com a obrigatoriedade do inglês como oferta das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Apesar de todas as escolas públicas serem obrigadas a ter AEC, estas não são de frequência obrigatória, logo, nem todos os alunos tinham Inglês.

Com o início das aulas, vários encarregados de educação contestaram o facto de os seus filhos, que tinham Inglês, terem deixado de o ter. Seguiram-se as críticas dos sindicatos e até dos partidos políticos.

Esta segunda-feira, Nuno Crato anunciou que o ministério está a “recolher dados sobre o que se passa” nas escolas, garantindo que “tudo indica que este ano o Inglês seja tão difundido nas escolas como foi no ano passado”.

Depois da decisão de tornar o Inglês como disciplina curricular obrigatória ao longo de cinco anos e de avançar com uma prova de Inglês internacional para todos os alunos do 9.º ano, Nuno Crato anunciou agora a intenção de tornar esta língua obrigatória para todos os alunos do 1.º ciclo.

Derante a cerimónia no CNE, o ministro pediu ainda aos conselheiros que olhassem com especial atenção para o 1.º ciclo de forma a pensar também como se poderá acabar com as turmas mistas, ou seja, com mais do que um ano de escolaridade, sem provocar a desertificação do interior.

Isto porque a taxa de natalidade tem vindo a diminuir e, no interior, apenas a fusão de vários anos de escolaridade numa única turma pode, por vezes, garantir que a escola não feche. O ministro sublinhou que este foi outro dos assuntos "paradigmáticos" em que se veicularam informações falsas, anunciando o aparecimento de turmas mistas: "Em 2010 havia mais turmas mistas do que houve no ano passado. E nós continuaremos a reduzir o número de turmas mistas".