Polícia inglesa começou no Algarve nova fase de buscas por Maddie McCann

Sete anos depois do desaparecimento da pequena Maddie McCann, a menina inglesa que sumiu em Maio de 2007 da casa de férias da família, a polícia britânica está de volta à Praia da Luz. Procura novos elementos sobre um caso que chegou a ser dado por encerrado pela polícia portuguesa.

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A polícia inglesa, acompanhada por geólogos e outros especialistas, procedeu à avaliação do solo, chamou topógrafos, mas o terreno ainda não foi removido Filipe Farinha

O local que irá ser escavado fica a cerca de um quilómetro de distância do resort Ocean Club onde a família McCann passava férias, em Maio de 2007, na Praia da Luz. A polícia britânica é quem lidera agora a investigação e pediu autorização às autoridades de Portugal para ir mais longe. Não há memória de existirem tantos meios envolvidos numa operação, desenrolada à escala mundial, para encontrar uma criança

A menina – na altura em que desapareceu estava a poucos dias de fazer quatro anos –  tinha sido deixada no quarto onde ela e os dois irmãos mais novos dormiam enquanto os pais jantavam num restaurante a algumas dezenas de metros da casa. Em 2008, a investigação foi dada como terminada pela polícia portuguesa. Mas a congénere britânica Scotland Yard nunca deu por concluído o inquérito que, agora, além das buscas e possíveis escavações, passará também pela tentativa de ouvir oito cidadãos portugueses. Não é claro, segundo a imprensa britânic,a se na qualidade de suspeitos ou de testemunhas.

A área onde teve início a primeira de várias fases deste novo patamar da investigação foi selada às primeiras horas da manhã. Já em 2007 tinha sido terreno de buscas pela polícia portuguesa, apoiada pelos colegas britânicos que trouxeram dois cães pisteiros, tidos como possuindo um faro sem paralelo. As provas até agora reunidas conduziram de novo a esta zona, justificando a operação, disse Keith Farquharson, um antigo conselheiro da Metropolitan Police, à estação de televisão Sky News. Pelo menos um avião militar também sobrevoou a zona de manhã, acrescentou o mesmo canal.

Desta vez, porém, além dos elementos da polícia portuguesa e britânica no terreno, e dos cães pisteiros, as equipas estão munidas de radares para penetração no solo, de modo a observarem possíveis suspeitas de transformação não natural do terreno, que justifiquem eventuais escavações. As fotografias aéreas também permitirão detectar zonas suspeitas.
 
A operação surge duas semanas depois de a polícia britânica ter anunciado estar a seguir todas as linhas de investigação credíveis. Na mesma altura avisou que não é apenas porque se avança para um “fase significativa do trabalho” que se asseguram “imediatamente as respostas que explicam tudo”.

Mais de três dezenas de jornalistas, a maioria ingleses, estão de volta à Praia da Luz. Para já, só ainda lhes foi dado a oportunidade de captarem imagens dos polícias em movimento, sugerindo que algo de relevante está por acontecer. Não se sabe quanto tempo vai durar a operação, mas os profissionais da comunicação social ingleses têm alojamento reservado até sexta-feira.

O director da PJ de Faro, Mota Carmo, esteve reunido, na Praia da Luz, com os inspectores britânicos, mas escusou-se a prestar informação à imprensa. Não obstante a ausência de declarações oficiais, durante todo o dia os vários canais de televisão, estrangeiros e portugueses, fizeram directos do local. A policia inglesa, acompanhada por geólogos e outros especialistas, procedeu à avaliação do solo, chamou topógrafos, mas o terreno ainda não foi removido. “Uma operação de marketing” foi como um repórter britânico classificou o cenário. O local é conhecido por miradouro da Praia da Luz. Com o Verão à porta, a população aguarda pelos turistas. Por isso, não se mostra satisfeita com o regresso da parafernália mediática por causa de um caso que beliscou a imagem da comunidade.

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